Por Annie Wu, Epoch Times
O diplomata chinês Yang Jiechi visitou a Coreia do Sul na semana passada. No encontro, ele fez esforços para discutir a inclusão da China nas negociações entre os Estados Unidos e a Coreia do Norte.
Yang voltou atrás sobre as medidas lançadas anteriormente contra a Coreia do Sul por abrigar um sistema de defesa antimísseis dos Estados Unidos, ganhando em troca a concordância da Coreia do Sul de apoiar a aspiração chinesa de participar das conversas entre Coreia do Norte e Estados Unidos.
Em 2017, os testes de armas nucleares e mísseis balísticos realizados pela Coreia do Norte aumentaram as tensões com os Estados Unidos e intensificaram os temores de uma ação militar norte-americana em resposta à ameaça da Coreia do Norte de desenvolver uma arma nuclear capaz de chegar aos Estados Unidos.
No verão passado, os Estados Unidos implantaram o sistema de Terminais de Defesa de Área de Grande Altitude (THAAD, na sigla em inglês) na Coreia do Sul para se defenderem contra possíveis ameaças de ataques de mísseis norte-coreanos.
Temendo que as capacidades de radar do sistema de defesa antimísseis pudessem ser usadas para monitorar o espaço aéreo chinês, o regime chinês sancionou a Coreia do Sul — por abrigar o sistema — impondo restrições a empresas sul-coreanas e boicotes em larga escala.
As hostilidades entre a Coreia do Norte e os Estados Unidos diminuíram depois que os coreanos enviaram seus atletas para participar dos Jogos Olímpicos de Inverno realizados na Coreia do Sul em fevereiro.
Nas últimas semanas, o presidente norte-americano Donald Trump e o líder norte-coreano Kim Jong-un concordaram em se reunir para conversar sobre a desnuclearização do país asiático. Trata-se de uma reunião sem precedentes entre os chefes de ambos os países rivais que está programada provisoriamente para acontecer antes de maio.
Mas desde que as negociações começaram, a China foi deixada de lado. A revista Nikkei Asia Review —publicação japonesa — avaliou recentemente em uma matéria que a visita de Kim a Pequim na semana passada foi jogada estratégica para convencer a China a ser sua moeda de troca contra a ameaça dos Estados Unidos de uma eventual ação militar. A China por sua vez sairia ganhando, livrando a cara e mostrando-se como mediador-chave nas negociações EUA-Coreia do Norte.