A competição entre os Estados Unidos e a China no domínio dos veículos elétricos e autônomos pode determinar o controle futuro das redes globais de fornecimento de uma maneira sem precedentes, segundo um legislador e vários especialistas.
“Nossos concorrentes, principalmente na China, não estão se segurando”, disse o senador Gary Peters (democrata de Michigan) durante um evento de 27 de abril organizado pelo Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais, um think tank focado em segurança.
“Não podemos ficar para trás no cenário global.”
Peters disse que o futuro da indústria automotiva está em veículos elétricos (VEs) e veículos autônomos (VAs), e que a nação que melhor desenvolver essas indústrias terá uma grande vantagem no mercado global.
Para esse fim, o ex-diretor de Inteligência Nacional, almirante Dennis Blair, observou que VEs e VAs foram destacados no plano industrial “Made in China 2025” de Pequim como parte de suas 10 principais áreas de alta tecnologia para assumir a liderança. Ele diz que isso demonstra um esforço claro para substituir os Estados Unidos como o principal controlador das redes globais de fornecimento e do ecossistema industrial internacional.
“Se os Estados Unidos perdem capacidade industrial de espectro total na indústria automotiva, e isso significa projetar os carros, testá-los, construí-los, consertá-los, todo o ecossistema, então, estamos esvaziando o setor industrial que esperavamos que se tornasse o arsenal da democracia na segunda guerra mundial”, disse Blair.
“O quadro geral é o impulso de todo o governo da China e a importância do setor automotivo para a capacidade industrial americana.”
Blair acrescentou que a contínua dissociação tecnológica da China do resto do mundo em termos de seus padrões de dados e sistemas seria um componente vital de como a concorrência sino-americana no setor se desenrolou.
“Esse tipo de dissociação da economia chinesa do resto do mundo é algo que você precisa observar neste setor”, disse Blair.
“Pode ser que indústrias separadas de IA [inteligência artificial] e tecnologias VA cresçam na China e no resto do mundo.”
John Bozzella, presidente da Alliance for Automotive Innovation, concordou que a China poderia efetivamente assumir o controle das redes vitais de fornecimento, conquistando proeminência industrial em tecnologias VE e VA, afastando os Estados Unidos do acesso a tecnologias cruciais.
“Os países que realmente lideram o desenvolvimento de tecnologias inovadoras de ponta no setor automotivo vão controlar as redes de fornecimento, definir os padrões, definir as regras de funcionamento e realmente dominar os mercados globais”, disse Bozzella.
“Com relação aos veículos elétricos, você vê a indústria dos EUA já atrás da China porque estamos competindo com um esforço nacional”, acrescentou Bozzella.
Com isso em mente, Bozzella sugeriu que os Estados Unidos precisam unir melhor os poderes de sua indústria privada com uma estratégia nacional e trabalhar para desenvolver os utilitários e a infraestrutura que é precisa para fazer a transição de sua base industrial para produzir tecnologias VE e VA.
“A história da China sugere que essa liderança do setor privado deve ser apoiada por uma estratégia nacional”, disse Bozzella.
“Estamos competindo com o governo chinês, não com os fabricantes chineses de automóveis.”
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