Por Annie Wu, Epoch Times
Um oficial militar de alta patente na China sofreu um rebaixamento de oito graus, de acordo com uma reportagem de 16 de maio de um jornal de Hong Kong, o Diário da Manhã do Sul da China (DMSC), citando fontes próximas às forças armadas chinesas.
O general Cai Yingting, ex-vice-chefe do Estado-Maior antes de se aposentar em 2017, foi rebaixado da posição do 10º grau de “líder do batalhão” para “líder militar” do 2º grau.
Por que ele sofreu uma queda tão drástica?
De acordo com o DMSC, citando as fontes, uma razão poderia ser porque Cai Yingting não relatou aos superiores que sua filha era casada com um francês.
Mas seus laços políticos poderiam ter sido na verdade a última gota d’água.
Cai Yingting foi secretário do ex-vice-presidente do Comitê Militar Central (CMC), Zhang Wannian, que era um assessor próximo do ex-líder chinês Jiang Zemin. O CMC é um órgão poderoso das autoridades centrais que controla os militares da China.
Jiang Zemin e seus associados formam uma facção que está numa amarga disputa de poder com o atual líder chinês Xi Jinping e seus aliados. Jiang Zemin desenvolveu uma profunda influência sobre os militares durante seu governo de 1989 a 2002.
Por exemplo, em 2002, Zhang Wannian conseguiu que Jiang Zemin permanecesse como presidente do CMC, apesar de Jiang Zemin ter formalmente deixado o poder e do fato de que a posição de presidente do CMC é tipicamente reservada ao líder do Partido Comunista Chinês – que na época era o recém-nomeado Hu Jintao. Jiang Zemin permaneceu como presidente do CMC por mais dois anos.
Enquanto isso, Zhang Wannian ajudou Guo Boxiong e Xu Caihou, dois generais principais e também membros da facção de Jiang Zemin, a serem nomeados vice-presidentes do CMC, permitindo que a facção de Jiang Zemin florescesse e limitando a influência de Hu Jintao.
Desde que Xi Jinping assumiu o poder em 2012, ele tem gradualmente expurgado os oficiais da facção de Jiang Zemin do Partido Comunista Chinês, principalmente por meio de uma ampla campanha anticorrupção. Em 2016, Guo Boxiong recebeu uma sentença de prisão perpétua por crimes de corrupção. E Xu Caihou estava sob custódia por acusações semelhantes quando morreu de câncer em março de 2015.
Zhang Wannian morreu em janeiro de 2015.
Xi Jinping, desde então, promulgou reformas militares para expurgar oficiais corruptos e afirmar seu poder sobre a facção de Jiang Zemin. Em fevereiro de 2016, Xi Jinping reorganizou os sete distritos militares da China em cinco zonas de batalha. Ele transferiu os oficiais de comando desses distritos para chefiar as novas zonas de batalha, exceto Cai Yingting, que era o comandante do distrito militar da cidade de Nanjing na época. Em vez disso, Cai Yingting foi rebaixado para uma posição de menor prestígio como presidente da Academia de Ciências Militares da China.
Correram rumores de que Cai Yingting havia caído em desgraça e possivelmente estava sendo investigado pelas autoridades do Partido Comunista Chinês por crimes.
Em janeiro de 2017, Cai Yingting se aposentou aos 63 anos de idade, dois anos antes da idade de aposentadoria estipulada para os oficiais da sua hierarquia.
Um ano depois, quando as autoridades centrais anunciaram que outro oficial militar sênior, Fang Fenghui, seria processado por crimes de suborno, houve rumores de que Cai Yingting estava envolvido na investigação sobre Fang Fenghui, segundo uma reportagem de um jornal de Hong Kong, o Ming Pao.
Fontes na reportagem do DMSC disseram que embora Cai Yingting tenha prometido lealdade à liderança de Xi Jinping e tenha criticado publicamente Guo Boxiong e Xu Caihou, Xi Jinping ainda não confiava totalmente nele. Eles acrescentaram que o rebaixamento do posto era um “pouso suave” em comparação com o destino da maioria dos funcionários expurgados: ser enviado para a Prisão Qincheng, um presídio de segurança máxima em Pequim onde muitos ex-funcionários de alto escalão do regime estão encarcerados.
Colaborou: Fang Xiao