Punida por sua fé, ex-médica de 75 anos é mantida em prisão domiciliar

03/05/2018 14:28 Atualizado: 03/05/2018 14:28

Por Sunny Chao, Epoch Times

A polícia chinesa intensificou a vigilância sobre uma médica idosa que no passado havia servido em um hospital militar chinês.

Gu Xinfang, de 75 anos, proveniente da cidade de Nanjing no sul da China, pratica o Falun Dafa, também conhecido como Falun Gong, uma disciplina de meditação baseada nos princípios fundamentais da Verdade, Benevolência e Tolerância.

Praticantes do Falun Dafa representam uma cena de tortura, largamente praticada pela polícia chinesa contra os praticantes, durante manifestação em protesto contra a perseguição do regime chinês, ocorrida em Taipei, Taiwan, em 20 de julho de 2014 (Mandy Cheng/AFP/Getty Images)
Praticantes do Falun Dafa representam uma cena de tortura, largamente praticada pela polícia chinesa contra os praticantes, durante manifestação em protesto contra a perseguição do regime chinês, ocorrida em Taipei, Taiwan, em 20 de julho de 2014 (Mandy Cheng/AFP/Getty Images)

Assim como muitos outros praticantes, Gu sentiu uma melhora no bem-estar físico e mental depois de praticar o Falun Dafa. A artrite, a doença cardíaca, a pressão arterial elevada e outras doenças tinham desaparecido, de acordo com o Minghui.org, site da web com sede nos Estados Unidos que serve como um centro de intercâmbio de informação sobre a perseguição da prática na China.

Em 15 de outubro de 2015, Gu foi levada por policiais locais e membros do Escritório 610 — força policial secreta similar à Gestapo nazista, especificamente criada para perseguir o Falun Dafa — quando se dirigia para o supermercado, segundo informou o Minghui.org.

Agentes de segurança também invadiram sua casa e confiscaram dois computadores, uma impressora, um cortador de papel, dinheiro em espécie no total de 17 mil yuan (2.600 dólares) e outros itens pessoais.

Em 1999, o então líder do Partido Comunista Chinês, Jiang Zemin, lançou uma perseguição nacional contra o Falun Dafa, por acreditar que a popularidade da prática — até o ano de 1999, calcula-se que havia 100 milhões de praticantes do Falun Dafa, segundo a mídia ocidental que citou membros do regime — poderia enfraquecer a autoridade do Partido.

Milhares de praticantes do Falun Dafa foram perseguidos e presos devido à sua crença espiritual. Gu Xinfang tem sido perseguida desde 2015.

O Tribunal do Distrito de Qixia julgou Gu culpada por ter apresentado uma queixa criminal pedindo abertura de processo contra o ex-líder Jiang por mandar perseguir o Falun Dafa. A sentença foi dada apesar do novo conjunto de diretrizes do Supremo Tribunal Popular adotado em 2015 que permite que os praticantes podem acusar individualmente a Jiang Zemin como responsável pelos abusos que sofreram. Desde então, mais de 200 mil praticantes chineses do Falun Dafa e suas famílias apresentaram queixas criminais contra Jiang, segundo o Minghui.org.

Gu ficou presa durante 10 meses no Centro de Detenção de Nanjing. Seu marido de 75 anos de idade foi deixado sozinho em casa.

Guarda paramilitar dentro do Centro de Detenção n.º 1 durante visita monitorada pelo regime chinês em Pequim em 25 de outubro de 2012 (Ed Jones/AFP/Getty Images)
Guarda paramilitar dentro do Centro de Detenção n.º 1 durante visita monitorada pelo regime chinês em Pequim em 25 de outubro de 2012 (Ed Jones/AFP/Getty Images)

Em julho de 2016, Gu foi libertada e voltou para casa, devendo cumprir uma sentença de prisão domiciliar de dois anos.

Foi confirmado que mais de 4.000 praticantes do Falun Dafa morreram em consequência de torturas e abusos sofridos enquanto estavam na prisão, embora o número real possa ser muito maior devido à dificuldade de obter informações na China, segundo o Centro de Informação do Falun Dafa, a assessoria de imprensa dos praticantes. Além disso, um grande número de membros da prática foram assassinados para a retirada de seus órgãos e sua venda para a indústria de transplante de órgãos da China, de acordo com investigadores independentes.