Praticantes do Falun Dafa reprimidos poucos dias antes do Congresso do Partido

18/10/2017 15:42 Atualizado: 18/10/2017 15:42

Sempre que vai se aproximando um grande evento político na China, o regime se preocupa em transmitir uma imagem de estabilidade e paz. Qualquer possibilidade de protesto ou desacordo com as autoridades é suprimida, geralmente silenciando e intimidando grupos dissidentes.

Até mesmo fora da China pode-se sentir a pressão.

Falun Dafa, também conhecido como Falun Gong, é uma prática tradicional de auto-aperfeiçoamento com base nos princípios fundamentais da Verdade, Compaixão e Tolerância. Seus benefícios para a saúde física e mental a tornaram muito popular, tanto que, de acordo com uma pesquisa estatal, em 1999 havia 70 milhões de praticantes na China.

O regime chinês encarou a presença do Falun Dafa como uma ameaça ao seu governo autoritário e, em julho de 1999, iniciou uma campanha para erradicar a prática. Desde então, milhões foram vítimas de prisão, “lavagem cerebral” e tortura, conforme relatado pelo Centro de Informação do Falun Dafa.

A perseguição continua até hoje. Nos dias que antecedem o 19º Congresso Nacional — no qual a próxima formação da elite governante do partido será revelada — praticantes do Falun Dafa dentro e fora da China denunciam um aumento do assédio policial, conforme relatado no site Minghui.org, uma plataforma de informação em primeira mão sobre a perseguição ao Falun Dafa na China.

Os praticantes que fugiram para o exterior a fim de evitar a perseguição continuam sendo pressionados através de suas famílias na China. Nas últimas semanas, a polícia visitou seus familiares e os interrogou quanto ao paradeiro dos praticantes, querendo saber se eles estão planejando voltar para a China e o que estão fazendo no exterior.

A polícia algumas vezes insistiu em “tomar chá” com a família para conversar sobre os praticantes. A tática é usada para causar um estresse emocional sobre o praticante, com a intenção de forçá-lo a renunciar à sua fé.

A Sra. Lin, uma praticante da cidade de Guangzhou que agora mora em Nova York, disse que ficou sabendo através de sua mãe de 80 anos que a polícia foi pressioná-la e que eles chegaram dizendo que estavam lá para abordar a questão da permissão de residência da Srta. Lin.

Lin acrescentou que durante outros grandes eventos políticos, a polícia visitou sua casa para atemorizar sua família.

Para os praticantes que moram na China, a polícia tem batido em suas portas em todo o país, forçando-os a preencher formulários governamentais ou assinar documentos renunciando à sua fé, invadindo ou tirando fotos de suas casas e realizando outras atividades de monitoramento semelhantes.

Cerca de 150 praticantes foram assediados na província de Heilongjiang (nordeste da China), conforme informou Minghui.org. Alguns foram presos e detidos depois de a polícia invadir suas casas e encontrar livros e materiais do Falun Dafa.

Praticantes do Falun Dafa em uma manifestação próxima ao consulado chinês em Nova York, em 12 de maio de 2017 (Samira Bouaou/Epoch Times)
Praticantes do Falun Dafa em uma manifestação próxima ao consulado chinês em Nova York, em 12 de maio de 2017 (Samira Bouaou/Epoch Times)

Alguns praticantes do condado de Chanji, em Xinjiang (oeste da China) também foram levados pela polícia depois que suas casas foram invadidas.

A Srta. Yang, uma praticante do Condado de Zengcheng, na cidade de Guangzhou ao sul da China, disse ao Epoch Times que as forças de segurança apareceram repetidamente em sua casa e até mesmo entregaram mandados de busca aos moradores de seu prédio para fazer com que seus vizinhos a entregassem.

As autoridades continuam a perseguir os praticantes do Falun Dafa e suas famílias, dentro ou fora da China, dentro ou fora da prisão.

Colaboraram: Li Zhendi e Li Xi

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