Por Frank Fang, Epoch Times
Em Hong Kong, dezenas de milhares de pessoas insatisfeitas com o governo de Pequim foram às ruas em 1º de julho para expressar sua oposição.
Os manifestantes, estimados pelos organizadores do protesto em cerca de 50 mil pessoas, exigem o “fim do regime de partido único e contra a decadência de Hong Kong”. O sentimento anti-Pequim da manifestação é considerado o mais forte dos últimos anos, e marca um grande contraste com o tom festivo dos membros do regime em Hong Kong que se reuniram para comemorar o 21º aniversário da passagem de Hong Kong do Reino Unido para a China, ocorrida em 1997.
A polícia de Hong Kong informou um número muito menor de participantes na manifestação: cerca de 9.800 pessoas.
A manifestação de 1º de julho é realizada anualmente desde 2003, quando uma multidão de 500 mil pessoas protestou contra a tentativa de Pequim de inserir uma cláusula “anti-subversiva” na Lei Fundamental de Hong Kong, ou Constituição, o que muitos acreditavam que levaria à supressão das liberdades civis.
A Frente Civil de Direitos Humanos, organização pró-democracia de Hong Kong, tem organizado a manifestação desde 2013.
O parlamentar Au Nok-hin, que também é o vice-convocador da Frente Civil de Direitos Humanos, disse que a manifestação pede o fim da “ditadura de um único partido”, ao mesmo tempo em que defende o princípio de “um país, dois sistemas”, um marco de governança acordado entre o Reino Unido e a China, que permite que a cidade funcione de forma independente. Entretanto, um número cada vez maior de pessoas em Hong Kong tem experimentado a influência invasora de Pequim nos últimos anos.
Anson Chan, ex-secretário-chefe do governo colonial britânico e do governo de Hong Kong após a transferência de soberania para a China, também participou da manifestação de 1º de julho.
“Tendo em vista a situação atual de Hong Kong, creio que muitas pessoas estão preocupadas com o futuro da região. Portanto, existe uma necessidade especial para as pessoas de expressarem suas opiniões no dia 1º de julho,” declarou Chan em uma entrevista para o Epoch Times.
Chan acrescentou: “Eu pessoalmente espero que o chefe executivo (chefe do governo de Hong Kong) implemente a fundo o princípio de ‘um país, dois sistemas…”, para garantir nossa liberdade básica, o espírito do Estado de direito e nosso modo de vida”.
Centenas de seguidores do Falun Gong também participaram do protesto. Falun Gong, também conhecido como Falun Dafa, é uma antiga prática espiritual de exercícios meditativos e ensinamentos morais.
Praticantes de Hong Kong e de países asiáticos vizinhos se uniram ao protesto para exigir que o regime chinês ponha um um fim à perseguição contra os praticantes na China Continental, que têm sido sistematicamente perseguidos, presos e torturados desde 20 de julho de 1999. O então líder do Partido Comunista Chinês, Jiang Zemin, deu início a uma campanha para eliminar a prática à medida que ela se tornava mais popular, com cálculos oficiais de aproximadamente 100 milhões de adeptos.
Foi confirmado que milhares de praticantes morreram devido à perseguição, embora os números reais sejam provavelmente mais altos devido à dificuldade de se obter informação sensível da China, de acordo com o Centro de Informação do Falun Dafa.
Um turista chinês do continente de nome Yi, da província de Jiangsu, expressou seu apoio aos praticantes do Falun Gong. “Jiang Zemin cometeu um grande crime. E deve ser punido”, disse Yi.