Por EFE
Washington, 27 maio – O secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, afirmou nesta quarta-feira que Hong Kong não pode mais ser considerada autônoma em relação à China, em meio aos planos de Pequim de aprovar uma polêmica lei para cortar as liberdades na região.
“Hoje, informei ao Congresso que Hong Kong não é mais autônoma em relação à China, com base nos fatos locais. Os EUA permanecem com o povo de Hong Kong”, escreveu Pompeo no Twitter.
Na semana passada, Hong Kong teve protestos e confrontos entre manifestantes e a polícia após a notícia de que o Parlamento chinês planejava aprovar uma “lei de segurança nacional” que poderia retirar as liberdades da região autônoma.
Em comunicado, Pompeo mencionou que o Congresso Nacional do Povo da China (Parlamento) quer impor tal projeto de lei “de maneira unilateral e arbitrária”.
“A fatídica decisão de Pequim é a última de uma série de ações que minam fundamentalmente a autonomia e as liberdades de Hong Kong, assim como as promessas da própria China ao povo de Hong Kong sob a Declaração Conjunta Sino-Britânica, um tratado internacional apresentado pelas Nações Unidas”, afirmou o chefe da diplomacia dos EUA.
A declaração, de 1984, serviu para determinar a volta de Hong Kong do controle britânico para a China em 1997, e previu a manutenção de diversas liberdades por um período de 50 anos.
No entanto, porta-vozes do Ministério das Relações Exteriores da China já disseram diversas vezes que este documento tem sido cumprido até então.
Pompeo argumentou que, após avaliar os recentes acontecimentos, pode certificar ao Congresso dos EUA que “nenhuma pessoa razoável pode afirmar hoje que Hong Kong mantém um elevado grau de autonomia em relação à China”.
“Se houve uma vez em que os Estados Unidos esperavam que uma Hong Kong livre e próspera constituísse um modelo para a China autoritária, agora está claro que a China está moldando Hong Kong como ela própria”, justificou.
O secretário de Estado americano acrescentou que os EUA estão ao lado do povo de Hong Kong na luta contra a “crescente rejeição” de Pequim em relação à autonomia prometida à região.