As Forças Armadas do Brasil começaram um treinamento com mais de 3.000 participantes, em colaboração com militares dos Estados Unidos, China e outros países. A Operação Formosa, coordenada pela Marinha desde 1988, teve início na quarta-feira (4) e acabará no dia 17 de setembro.
Essa é a primeira vez que há participação de tropas chinesas em exercícios militares em solo brasileiro. Trata-se do maior exercício militar do Planalto Central.
O treinamento utiliza munição real e acontece no Campo de Instrução de Formosa (GO), cidade goiana próxima ao Distrito Federal. Também participam da operação a Aeronáutica e o Exército.
A decisão reflete a aproximação militar entre as duas nações. No último dia 15 de agosto, as relações diplomáticas entre Brasil e China completaram 50 anos.
Os países, cujos vínculos estavam suspensos desde 1949, abriram suas respectivas embaixadas em 1974 em Brasília e Pequim – no entanto, ainda não haviam sido realizados exercícios militares em conjunto entre ambos.
“A realização de convites a nações amigas para participação em exercícios é de praxe. A importância de tal convite está diretamente relacionada com a possibilidade de promoção de uma maior integração entre a Marinha do Brasil e as forças das nações amigas”, afirmou a Marinha.
Observadores de outros oito países, além dos Estados Unidos e China, estarão presentes no exercício militar. São eles: África do Sul, Argentina, França, Itália, México, Nigéria, Paquistão e República Democrática do Congo.
Os exercícios abrangem determinadas práticas militares: controle do espaço aéreo; apoio de fogo; manobra e logística; e comando e controle. São utilizados nos exercícios carros de combate, veículos blindados, anfíbios, aeronaves, lançadores de mísseis e foguetes.
Segundo a Marinha, os militares convidados realizam oficinas de troca de experiências, em conjunto com as tropas brasileiras.
A operação deste ano é marcada pela inclusão de mulheres soldados fuzileiros da Marinha. A instituição, em junho deste ano, formou a primeira turma de fuzileiros navais mulheres na história das Forças Armadas.
No ano passado, a Operação Formosa foi marcada por um acidente com um helicóptero da Marinha. Duas pessoas foram mortas e 12 ficaram feridas no desastre. “Você vendo os destroços, não acredita que tenha saído gente viva. É uma coisa impressionante”, se surpreendeu na época o ministro da Defesa, José Múcio.