Matéria traduzida e adaptada do inglês, publicada pela matriz americana do Epoch Times.
Parlamentares dos EUA preocupados com o acesso do Partido Comunista Chinês (PCCh) a americanos por meio de veículos conectados à internet pediram à presidente-eleita do México, Claudia Sheinbaum, que aborde preocupações relacionadas às montadoras chinesas que têm presença no México.
Em uma carta de 1º de outubro, a deputada Elissa Slotkin (D-Mich.) e o senador Sherrod Brown (D-Ohio) lideraram um grupo de parlamentares solicitando a Sheinbaum que estabelecesse uma revisão nacional dessas montadoras ligadas ao PCCh.
Todos os veículos modernos possuem recursos de conectividade, com hardware e software que permitem o acesso à internet e a transmissão de dados. Na semana passada, o Departamento de Comércio dos EUA propôs uma medida para bloquear softwares e firmwares chineses de carros nas estradas americanas.
“Acreditamos que esse conjunto de dados, sob o controle do Partido Comunista Chinês, representa uma ameaça à segurança nacional”, afirmou a carta, também assinada pelos senadores Gary Peters (D-Mich.), Debbie Stabenow (D-Mich.) e Tammy Baldwin (D-Mich.).
Os parlamentares também pediram que Sheinbaum enviasse uma delegação mexicana aos EUA para discussões adicionais até o início de 2025.
Slotkin e Brown apoiam medidas para bloquear o uso de peças chinesas em carros americanos. Slotkin apresentou dois projetos de lei para fortalecer a regra proposta pelo Departamento de Comércio, criando processos de revisão para tecnologia chinesa e dando ao departamento autoridade para limitar ou proibir a venda ou importação desses carros e tecnologias. Brown destacou o risco de a China usar o México para contornar restrições comerciais dos EUA.
Durante o processo de regulamentação do Departamento de Comércio, montadoras e especialistas em segurança abordaram a questão, descrevendo uma cadeia de suprimentos complexa, com peças de múltiplas fontes.
A Coalition for Reimagined Mobility (Coalizão para Mobilidade Reimaginada, em tradução), que inclui executivos da indústria e líderes dos setores público e privado de tecnologia, comentou publicamente que, embora o México seja o maior fornecedor de autopeças para os EUA, a China é o segundo maior fornecedor do México. A China também é o terceiro maior fornecedor para os EUA e fabrica muitas peças e tecnologias usadas em autopeças montadas no México e exportadas.
Autoridades dos EUA dizem que, com milhões desses carros em uso, com vida útil de mais de uma década, o risco para a segurança nacional é alto. Os EUA veem o PCCh como a principal ameaça cibernética, com hackers patrocinados pelo estado já tendo roubado grandes quantidades de informações privadas e revelado campanhas cibernéticas em andamento.
Brandon Barry, CEO da Block Harbor Security, que forneceu um relatório de risco ao Departamento de Comércio, disse ao Epoch Times que, embora não haja incidentes públicos conhecidos de carros hackeados pelo PCCh, veículos conectados apresentam riscos inerentes de cibersegurança.
Oficiais estão preocupados que esses veículos possam ser usados para vigilância, rastreando indivíduos importantes ou veículos da polícia, desativando frotas inteiras, espionando conversas ou interceptando dados de sensores, disse Barry. Outros especialistas em tecnologia mencionaram que alguns sensores têm longo alcance e são altamente sensíveis, permitindo que um veículo comprometido acesse dados que forneceriam detalhes de locais sensíveis, como bases militares, para um adversário estrangeiro.
“Além disso, dada a intensa competição global no mercado de veículos elétricos, pode haver motivações econômicas para influenciar quais empresas ou países emergirão como líderes nesse espaço na próxima década”, disse Barry. “Com inúmeros fornecedores envolvidos na produção de veículos, cada um apresenta um ponto de entrada potencial que um adversário estrangeiro pode explorar para comprometer a segurança do veículo.”
Barry afirmou que a melhor coisa que a indústria automotiva pode fazer para mitigar os riscos é seguir padrões adequados de engenharia de cibersegurança e ter uma plataforma automatizada e abrangente de gestão de riscos, incluindo a avaliação das cadeias de suprimentos.