Matéria traduzida e adaptada do inglês, publicada pela matriz americana do Epoch Times.
Este documentário marca o 50º aniversário de uma das maiores descobertas arqueológicas do mundo: 8.000 figuras de guerreiros de terracota em tamanho natural e com design intrincado, escondidas sob gigantescos montes de grama e lama, guardando silenciosamente uma das tumbas mais importantes da China.
O diretor James Tovell começa o filme com uma tomada deslumbrante, iluminada pelo sol e extra longa da Grande Muralha da China. Para os entusiastas da cultura, da tradição e da história chinesas, as falas iniciais da narradora (Jing Lusi) serão nada menos do que impressionantes. Ela fala de uma época, há 2.200 anos, em que o imperador Qin Shi Huangdi criou a nação que conhecemos hoje como China, conquistando, sem precedentes, todos os seis reinos chineses. Para proteger seu império, ele construiu a Grande Muralha e ordenou a construção de uma tumba espetacular para sua vida após a morte. Ela continua: “Mas, depois de sua morte, a dinastia Qin entrou em colapso no caos e na guerra civil, e o local de sua tumba épica desapareceu da história”. A cena de abertura de Tovell fica preta.
Tovell começa a história em 1974, na província de Shaanxi. Alguns fazendeiros encontram algo estranho ao cavar um poço perto do Monte Li, em Xi’an. Eles convocam um jovem arqueólogo que, pouco ciente da história da região, não consegue conter sua empolgação. Ele descobre a primeira figura de guerreiro sob o mausoléu gigante de Huangdi, espalhado por impressionantes 19 milhas quadradas.
Com atores chineses, Tovell recria as histórias de traição, intriga palaciana, rebelião e golpe após golpe do antigo reino. Elas são intercaladas com descobertas contemporâneas de tumbas dentro de uma tumba. Ele mescla imagens de especialistas atuais manipulando artefatos com um cuidado impressionante, usando imagens da escavação da década de 1970 dos arquivos da BBC, ITN, Fox News e WTTG.
O historiador de Qin, Hui Ming Tak Ted, diz que o imperador mandou construir soldados de terracota para protegê-lo, acrobatas para entretê-lo, servos para servi-lo, com carruagens e cavalos. Sua tumba era um “mundo inteiro de terracota… para ele governar por toda a eternidade”. Hui Ming compara a extensão do local a uma área do tamanho de Manhattan. É fascinante o fato de que cada guerreiro tem características faciais e personalidades distintas. Um restaurador se vê como um “médico de relíquias”, restaurando a vida das figuras deformadas para que elas possam retornar e se juntar novamente ao seu exército.
Por que um reino que construiu um legado tão magnífico entrou em colapso tão rapidamente? A arqueóloga sênior Li Janice Xiuzhen explica que as figuras não foram encontradas em pé ou intactas, mas sim esmagadas. À medida que surge a prova da destruição em larga escala e arbitrária, os cientistas se preparam para o longo prazo, para descobrir quem destruiu o local e por quê. Eles investigam o mistério do guerreiro principesco que foi enterrado regiamente em uma tumba próxima, cercado pelo que deve ter sido um tesouro na época.
Impérios desprovidos de humanidade
Antes dessa escavação, todas as histórias sobre a dinastia Qin eram baseadas em um texto de 2000 anos, o Shiji. De autoria, em grande parte, de Sima Qian, ele relata a vida e a morte de Huangdi, mas combina história e drama épico. Portanto, os historiadores que estudam os artefatos da escavação devem separar o fato de Qian de sua ficção.
Tovell usa close-ups de uma escavadeira escovando delicadamente a terra macia, protegendo um fragmento com filme plástico e descobrindo parte do rosto, do membro ou do tronco de um guerreiro de terracota, enquanto as estátuas silenciosas começam a contar sua história. A restauração é meticulosa. A junção de até 400 fragmentos dispersos para remontar um único guerreiro pode levar anos; apenas 1.200 dos 8.000 foram remontados.
Para seu crédito, os arqueólogos, cientistas forenses, antropólogos, engenheiros e restauradores demonstram um profundo respeito pela história, totalmente abertos ao tipo de passado que descobrirão, seja ele vergonhoso ou honroso. Tovell faz eco a isso com uma nota discordante. O local foi chamado de 8ª Maravilha do Mundo, mas um especialista esclarece que também foi uma gigantesca cena de crime. Grilhões de metal sugerem que Huangdi recrutou à força 700.000 condenados como mão de obra escrava e artesãos de toda a China como parte de seu projeto de auto-homenagem. Mas o pior surge à medida que os cientistas forenses costuram a história da violência autodestrutiva que envolveu a dinastia embriagada pelo poder.
Um especialista admite que Huangdi pode ter unificado a China e dado a ela seu nome. Mas seu reino, que deveria durar 10.000 gerações, permaneceu de pé apenas 15 anos após sua morte. O Shiji relata sem rodeios que a casa de Qin caiu porque “eles governaram sem humanidade ou retidão”.
Com uma ironia que possivelmente não é percebida pelo PCCh de hoje, a Sra. Lusi diz que o primeiro imperador se preocupou tanto com uma gloriosa vida após a morte que não se preocupou em nomear um sucessor nesta vida. Ela faz uma pausa e, em seguida, acrescenta de forma assombrosa: “é o perigo de ter muito poder nas mãos de um só homem”.
Você pode assistir a “Os Mistérios dos Guerreiros de Terracota” (em inglês e em chinês com legendas) na Netflix.
“Os Mistérios dos Guerreiros de Terracota”
Documentário
Diretor: James Tovell
Classificação da MPAA: PG-13
Tempo de duração: 1 hora e 17 minutos
Data de lançamento: 12 de junho de 2024
Avaliado: 4 estrelas de 5
