Matéria traduzida e adaptada do inglês, publicada pela matriz americana do Epoch Times.
Os senadores Ben Cardin (Democrata-Md.), presidente do Comitê de Relações Exteriores do Senado, e Dan Sullivan (Republicano-Alasca) apresentaram, em 21 de novembro, um projeto de lei para ajudar a contornar a censura na internet imposta pelo regime comunista chinês.
“Enquanto os Estados Unidos continuam focados na competição econômica, militar e tecnológica com Pequim, não devemos esquecer o povo da China e sua luta por acesso à informação”, disse Cardin em comunicado.
Cardin destacou que os cidadãos chineses estão cada vez mais céticos em relação ao Partido Comunista Chinês (PCCh) e buscando fontes alternativas de informação, o que representa uma “oportunidade sem precedentes para dialogar com a população chinesa”.
O projeto de lei, intitulado Lei para Informar uma Nação com Mídia Livre, Aberta e Confiável (INFORM Act), visa permitir que os cidadãos chineses acessem informações livres da influência e censura do PCCh.
A proposta surge em um momento em que quase 440 milhões de chineses abandonaram o PCCh ou suas organizações afiliadas.
O projeto também complementa os esforços do Departamento de Estado dos EUA no desenvolvimento de tecnologias para contornar o “grande firewall” de censura do PCCh e empoderar jornalistas cidadãos na China.
“Uma das maiores fraquezas de Xi Jinping é o medo que ele tem de seu próprio povo”, disse Sullivan em comunicado. “É por isso que o vasto aparato de censura do PCCh — seu ‘grande firewall’ — trabalha para silenciar a liberdade de expressão e negar aos cidadãos informações verdadeiras sobre a corrupção dos líderes do PCCh.”
A INFORM Act orientaria o Departamento de Estado a criar um plano abrangente para interagir com os cidadãos chineses no campo da informação. O projeto prevê que o governo dos EUA produza e distribua conteúdo em chinês que, de outra forma, seria inacessível à população chinesa. Além disso, busca aumentar o financiamento para o jornalismo investigativo sobre eventos em tempo real na China e apoiar a colaboração entre o Departamento de Estado e a Agência dos EUA para Mídia Global para desenvolver ferramentas de compartilhamento de conteúdo que possam driblar a censura do PCCh.
À medida que a situação econômica da China se agrava, o PCCh enfrenta crescente agitação doméstica. O setor imobiliário chinês — que sustentou a economia nacional e representou uma parte significativa do produto interno bruto por mais de uma década — está à beira do colapso, com os maiores desenvolvedores em falência. A dívida acumulada pelos governos locais era de US$ 13 trilhões em agosto de 2023, segundo o Goldman Sachs. Pequim recentemente emitiu títulos e liberou financiamentos para conter a crise, mas o plano ficou aquém do esperado pelos especialistas internacionais.
Tudo isso ocorre em um momento em que um número recorde de novos graduados universitários está prestes a ingressar em um mercado de trabalho com poucas perspectivas. Números oficiais indicam que a taxa de desemprego entre jovens (idades de 16 a 24 anos) atingiu o pico de 21,3% em junho de 2023, mas analistas independentes estimam que o número real pode ser de pelo menos 46%.
Somente no mês passado, 3,4 milhões de candidatos se inscreveram para disputar 39.700 vagas no setor público para o próximo ano, segundo números oficiais.
Especialistas disseram anteriormente ao Epoch Times que isso pode indicar o início de um ciclo vicioso. A antecipação de agitações entre jovens levará o PCCh a restringir ainda mais as liberdades, tornando a China menos atrativa para investimentos estrangeiros, o que agravará a situação econômica e o desemprego.
“A sociedade chinesa está agora muito frágil”, afirmou Edward Huang, economista e comentarista de mídia de Taiwan, ao Epoch Times. “Qualquer pequeno distúrbio, reunião ou movimento social pode ter um impacto fatal sobre o PCCh.”
Alex Wu contribuiu para este artigo.