Matéria traduzida e adaptada do inglês, publicada pela matriz americana do Epoch Times.
O novo presidente do Vietnã, To Lam, reuniu-se com o líder chinês Xi Jinping na China em sua primeira viagem ao exterior como líder do país do sul da Ásia.
O secretário geral do Partido Comunista no poder sucedeu Nguyen Phu Trong como líder após a morte de Nguyen no mês passado, aos 80 anos de idade.
O Vietnã, sob o comando de Nguyen, adotou uma estratégia da chamada diplomacia do bambu — nome dado à planta devido à sua grande flexibilidade — para equilibrar as relações com a China, a Rússia, os Estados Unidos e outros.
A visita de 19 de agosto ocorre meses depois que o Vietnã melhorou seus laços diplomáticos com os Estados Unidos, à medida que os países ocidentais retiram suas cadeias de suprimentos da China e se voltam para o fortalecimento da ordem liberal baseada em regras no Indo-Pacífico.
To iniciou sua visita de três dias na manhã de 18 de agosto em Guangzhou, um importante centro de manufatura e exportação do sul da China, próximo a Hong Kong, e visitou vários locais, incluindo um endereço onde Ho Chi Minh, fundador do Partido Comunista do Vietnã, realizou atividades revolucionárias, de acordo com os meios de comunicação estatais chineses CCTV e Xinhua News Agency.
Em seguida, ele partiu para Pequim para se encontrar com o líder chinês Xi Jinping, que disse a To que o Vietnã era “uma prioridade na diplomacia de vizinhança [da China]”.
Xi disse que o Partido Comunista Chinês “apoia o Vietnã na adesão à liderança do Partido, seguindo o caminho socialista adequado às suas condições nacionais e aprofundando a causa das reformas e da modernização socialista”, de acordo com a mídia oficial chinesa Xinhua.
O Vietnã, um dos cinco países comunistas remanescentes no mundo, estabeleceu laços diplomáticos formais com Pequim em 1950.
A força dos laços entre os dois regimes comunistas sempre sofreu pressão, pois o Vietnã tentou se equilibrar entre Pequim e Moscou, e os laços se deterioraram na década de 1970, culminando na breve guerra sino-vietnamita de fevereiro de 1979.
Em 2008, os dois países estabeleceram uma parceria estratégica abrangente (CSP, na sigla em inglês) de cooperação — o mais alto nível de diplomacia — que foi fortalecida em 2013 para tratar de questões internacionais e regionais de interesse mais compartilhado.
A visita de To confirmará os laços estreitos entre os dois vizinhos comunistas, que têm relações econômicas e comerciais bem desenvolvidas, apesar de ocasionalmente entrarem em conflito sobre as fronteiras territoriais no Mar do Sul da China, rico em energia.
O regime chinês descreveu a visita de To como um passo adiante em relação à viagem de Xi ao Vietnã em dezembro, citando “um bom começo” para a construção de uma “comunidade China-Vietnã de futuro compartilhado que carrega significado estratégico” quando o Ministério das Relações Exteriores chinês anunciou a visita de alto nível.
A visita de Estado é a primeira de To desde que assumiu o cargo, o que, segundo Pequim, “reflete plenamente a grande importância que ele atribui ao desenvolvimento de laços entre ambas as partes e países”.
Os dois países assinaram mais de uma dúzia de acordos em dezembro de 2023 que incluíam o fortalecimento da cooperação e do desenvolvimento ferroviário e o estabelecimento de comunicação para lidar com incidentes inesperados no Mar do Sul da China. Os detalhes dos acordos não foram divulgados.
A visita de Xi em dezembro seguiu-se a uma viagem a Hanoi do presidente dos EUA, Joe Biden, em setembro de 2023, durante a qual Biden e Nguyen concordaram em elevar a Parceria Abrangente EUA-Vietnã, estabelecida em 2013, a uma CSP.
A Rússia, que é o maior exportador de armas para o Vietnã, a Índia e a Coreia do Sul, é o único país, além da China e dos Estados Unidos, com o qual o Vietnã tem um CSP.
Em março, a Missão dos EUA no Vietnã disse que os dois países haviam avançado na cooperação bilateral em diversas áreas, incluindo força de trabalho, educação, cultura, negócios, aplicação da lei, clima e saúde pública. Mas a lista não incluía a defesa.
No início deste mês, as guardas costeiras do Vietnã e das Filipinas realizaram seu primeiro exercício conjunto perto de Manila.
A Reuters contribuiu para esta reportagem.