Por Cathy He
No início de fevereiro, o novo coronavírus poderia infectar mais de 250.000 pessoas apenas na cidade chinesa de Wuhan, de acordo com um novo estudo.
O estudo, conduzido por especialistas em bioestatística no Reino Unido e nos Estados Unidos, publicado em 24 de janeiro, projeta uma escalada drástica do surto viral que já infectou mais de 900 pessoas e matou 26 na China, com casos confirmados em vários países da Ásia, bem como nos Estados Unidos e França.
“Se não houver mudança no controle ou na transmissão, esperaremos mais surtos em outras cidades chinesas e que as infecções continuem sendo exportadas para destinos internacionais a um ritmo crescente”, afirmou.
Os pesquisadores disseram que seu modelo previa que, em 4 de fevereiro, as infecções na área de surtos em Wuhan aumentariam para 132.000 ou 273.000 pessoas. A cidade, com uma população de 11 milhões de habitantes, localizada no centro da China, foi bloqueada na tentativa de impedir a propagação do vírus. O fechamento de transportes também foi imposto em outras 12 cidades da região, afetando mais de 30 milhões de pessoas.
O estudo, no entanto, alertou que as restrições de viagens em Wuhan “provavelmente não são eficazes para interromper a transmissão em toda a China”.
“Com uma redução efetiva de 99% nas viagens, a propagação da epidemia fora de Wuhan só pode ser reduzida em 24,9% em 4 de fevereiro”, disse ele.
A investigação projetou que os maiores surtos fora do epicentro ocorreriam nas cidades de Xangai, Pequim, Guangzhou, Chongqing e Chengdu.
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Os pesquisadores também antecipam que os países ou regiões que correm maior risco de importar infecções por meio de viagens aéreas são Tailândia, Japão, Taiwan, Hong Kong e Coreia do Sul. Tanto Hong Kong quanto a Tailândia têm cinco casos confirmados, Taiwan tem três, enquanto Japão e Coreia do Sul têm dois pacientes confirmados com o vírus.
Os Estados Unidos confirmaram em 24 de janeiro seu segundo caso de coronavírus em Chicago, enquanto o primeiro caso confirmado foi registrado no estado de Washington na terça-feira. Atualmente, mais de 60 pacientes estão sendo investigados em 22 estados, informou o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) em 24 de janeiro. Novos casos possíveis seriam analisados nas últimas horas.
Enquanto isso, a França se tornou o primeiro país europeu a detectar a doença, confirmando que dois pacientes eram positivos para o novo coronavírus.
Antes, em 24 de janeiro, os pesquisadores de Wuhan disseram que os pacientes infectados apresentaram novos sintomas não relacionados à respiração, como diarreia, dores no peito e dores de cabeça, sugerindo que o vírus poderia ser mais difícil de identificar do que o que foi inicialmente pensado.
Atualmente, a descrição oficial dos sintomas do vírus está limitada a febre e problemas respiratórios, como tosse e dificuldades respiratórias.
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