Na ONU, China afirma que “força não pode substituir a justiça” no Líbano e em Gaza

Por Epoch Times e agência EFE
30/09/2024 19:01 Atualizado: 30/09/2024 19:22

Nações Unidas, 28 set (EFE).- O ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, denunciou neste sábado na Assembleia Geral da ONU que “a força não pode substituir a justiça”, em referência aos bombardeios lançados por Israel nas últimas horas contra o Líbano e aos profundos estragos da guerra na Faixa de Gaza.

“A questão palestina é a maior ferida da consciência humana. Enquanto falamos, o conflito em Gaza continua, causando mais mortes todos os dias, e os combates recomeçaram no Líbano, mas a força não pode substituir a justiça”, disse o diplomata chinês no debate de alto nível nas Nações Unidas.

O representante chinês reivindicou “avanços” na “reconciliação intra-palestina” e se disse estar disposto a trabalhar com países “com ideias semelhantes” para resolver esse conflito e alcançar “paz e estabilidade duradouras no Oriente Médio”.

O diplomata abordou também a crise na Ucrânia e afirmou que a China, o Brasil e outros países do sul global se uniram na ONU como “amigos pela paz “nesse conflito.

A proposta apresentada gira em torno de seis recomendações. Entre elas estão, a “desescalada da situação”, a “convocação de uma conferência internacional de paz, que será reconhecida tanto pela Rússia quanto pela Ucrânia”, a não utilização de armas de destruição em massa e uma “rejeição da divisão do mundo em grupos políticos ou econômicos isolados”.

A Ucrânia não apoia proposta por entender que favorece os interesses da Rússia na guerra.

Entre as críticas ao texto está o fato de propor uma resolução conjunta entre Rússia e Ucrânia, colocando o país invadido em uma posição frágil para a discussão. O documento também não pede uma retirada das tropas russas do território ucraniano ocupado durante o conflito.

Os Estados Unidos acusaram ainda a China de fornecer ajuda substancial à Rússia na guerra na Ucrânia. A OTAN declarou na sua cúpula em Washington, em julho, que a China é “um facilitador decisivo” no esforço de guerra da Rússia.

Além disso, o diplomata abordou o conflito com Taiwan, que considerou uma “parte inalienável do território chinês” e garantiu que “eventualmente regressará ao abraço da pátria mãe”.

O PCCh afirma que Taiwan faz parte de seu domínio e deve ser unificada com o continente, embora o regime nunca tenha controlado de fato os territórios insulares de Taiwan e suas reinvindicações do território taiwanês tem sido rechaçada por países ocidentais.

Por fim, Wang reivindicou maior peso para o sul global no sistema multilateral.