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O vírus do PCC está se espalhando por todo o mundo e, embora Hong Kong tenha muita proximidade com a China continental, um surto surpreendentemente leve tem afetado a cidade.
Quando a SARS eclodiu em 2002 a 2003, o regime chinês alegou que houve 5.327 casos de infecção e 349 mortes na China continental. Na época, houve 1.755 infecções em Hong Kong e 299 mortes.
A taxa de transmissão do vírus do PCC é superior à do SARS. E o número de turistas chineses no continente em Hong Kong é muitas vezes maior hoje do que há 17 anos.
Diante desse contexto, prevê-se que Hong Kong tenha o maior surto fora da China continental. Até o momento, porém, existem 162* infecções e quatro mortes em Hong Kong.
Das 162 pessoas infectadas, muitas vieram do continente. Dos quatro mortos, três são idosos (2 homens e 1 mulher) entre 70 e 80 anos.
Comparado ao passado, houve menos chineses do continente visitando Hong Kong, devido a recentes protestos pró-democracia. Mas, de acordo com estatísticas do Conselho de Turismo de Hong Kong, o número de turistas chineses no continente ainda é muito grande. Havia cerca de 93.000 turistas no continente em agosto, 80.000 em setembro, 83.000 em outubro, 64.000 em novembro e 79.900 em dezembro. Além disso, existem quase 500.000 cidadãos de Hong Kong trabalhando no continente. Eles costumam viajar de e para o continente e podem potencialmente transmitir o vírus.
Em particular, Hong Kong tem trens diretos de alta velocidade de e para Wuhan. O surto do outro lado da fronteira, nas cidades de Shenzhen e Guangzhou, também é relativamente sério. O risco de infectar pessoas de Hong Kong é muito alto.
Vamos comparar as interações de Hong Kong e Taiwan com a China. 77 pessoas foram confirmadas com o vírus PCC em Taiwan. Taiwan tem cerca de 100.000 turistas do continente por mês, enquanto Hong Kong tem cerca de 100.000 diariamente. Mas o número de pessoas infectadas em Hong Kong é de 162, o que é apenas 2,1 vezes o total de infecções de Taiwan.
Taiwan foi elogiada por seus métodos rápidos e eficazes de impedir a propagação do vírus.
Comparando com os Estados Unidos, o número de turistas chineses no continente americano em 2019 foi de cerca de 5.100 pessoas por dia. Isso equivale a cerca de 20 vezes menos do que os visitantes do continente em Hong Kong, mas o número de casos confirmados em Hong Kong está muito abaixo do total de 8.320 casos confirmados nos EUA.
Hong Kong: os céus desintegrarão o Partido Comunista Chinês
Os esforços de contenção de vírus do governo de Hong Kong foram fortemente criticados pelos moradores Hong Kong. O governo se recusou a fechar todas as passagens de fronteira com a China continental, apesar dos protestos populares. Poucas medidas preventivas foram adotadas. O que permitiu a Hong Kong permanecer relativamente incólume?
Em novembro passado, intensos confrontos eclodiram entre policiais e estudantes manifestantes na Universidade Chinesa de Hong Kong, enquanto o primeiro cercava o campus com rodadas e rodadas de gás lacrimogêneo. Quando os manifestantes confrontaram a polícia na ponte número 2 da universidade, os estudantes ergueram uma faixa que dizia: “os céus desintegrarão o Partido Comunista Chinês (PCC)”.
Nos últimos seis meses, milhões de pessoas de Hong Kong foram às ruas para protestar contra o regime chinês, devido a um projeto de extradição que propunha permitir que indivíduos fossem transferidos para a China continental para julgamento criminal. Os moradores de Hong Kong acreditavam que essa era a gota d’água na erosão do regime chinês de suas liberdades e direitos básicos. Eles estavam na vanguarda da batalha contra o autoritarismo, com seus slogans “Livre Hong Kong, Revolução Agora”.
Durante o movimento anti-extradição do projeto de lei, as placas com a mensagem “os céus desintegrarão o PCC” puderam ser vistas em todas as ruas e becos de Hong Kong. A justiça do povo de Hong Kong os ajudou a fugir da calamidade de hoje.
Um artigo on-line que recentemente se tornou popular entre os internautas de Hong Kong. Explicou:
Por causa do movimento de lei anti-extradição, as pessoas não confiam mais no governo de Hong Kong.
Durante o movimento, as pessoas iniciaram esforços para se ajudarem, em vez de confiar no governo. Como resultado, durante o surto do vírus PCC, as pessoas formaram redes de ajuda, praticavam boa higiene e evitavam reuniões públicas em um esforço para conter a propagação do vírus.
A experiência dolorosa da SARS também ensinou às pessoas de Hong Kong como “reagir rapidamente” e garantir suprimentos médicos adequados.
Hong Kong tornou-se assim uma das regiões menos afetadas durante esta pandemia global. Nesse sentido, parece que se afastar do comunismo é a aposta mais segura.
*Nota do Editor: os números de infecções por COVID-19 reportados neste artigo correspondem aos da publicação em inglês do dia 18 de março.