Por Dorothy Li
Uma cidade portuária do norte da China começou a realizar testes massivos e o bloqueio de áreas onde foram relatadas infecções pela variante Ômicron, levando moradores a estocar comida e suprimentos.
A megacidade de Tianjin aconselhou seus moradores a não deixarem a cidade por motivos desnecessários e começou a testar seus 14 milhões de habitantes no dia 9 de janeiro, menos de quatro semanas antes da abertura dos Jogos Olímpicos de Inverno na cidade vizinha.
Em uma coletiva de imprensa no dia 8 de janeiro, Zhang Ying, vice-diretor da Comissão de Saúde de Tianjin, afirmou que a cidade pode enfrentar um possível surto da variante Ômicron, já que o vírus circulou nas comunidades, de acordo com a agência de notícias estatal, Xinhua.
Autoridades de Tianjin relataram que uma menina de 10 anos e uma mulher de 29 anos, que trabalhavam em uma creche, foram infectadas com a variante Ômicron no dia 8 de janeiro.
No final de 8 de janeiro, as autoridades da saúde afirmaram que outras 18 pessoas, posteriormente aos seus contatos próximos, testaram positivo. A maioria são alunos entre as idades de 8 e 13 anos. Ainda não se sabe qual variante causou as infecções adicionais.
Dado que o regime chinês é conhecido por relatar números de infecções bem abaixo do real, o número oficial provavelmente não reflete o total real.
A variante Ômicron, mais recente cepa do vírus que causa a COVID-19, é mais infecciosa do que a variante Delta, que vem se espalhando segmentadamente na China pelos últimos meses levando a medidas rígidas de bloqueio e fechamentos sob a “política zero COVID” de Pequim.
Na tarde de 8 de janeiro, Tianjin enviou 75.680 pessoas para o centro de quarentena. Os testes em toda a cidade serão concluídos em um período de dois dias. Embora as autoridades de Tianjin não tenham emitido uma ordem de fechamento total até agora, elas isolaram 29 comunidades residenciais, de acordo com a mídia estatal Global Times.
As medidas rápidas alimentaram temores de que Tianjin possa enfrentar um bloqueio em toda a cidade, como o que está acontecendo em Xi’an, onde as autoridades proibiram seus 13 milhões de moradores de deixar os bairros, a menos que testem negativo para o vírus, deixando muitos sofrendo com a escassez de alimentos.
Um morador de Tianjin, de sobrenome Lin, relatou ao Epoch Times que o pânico de compras causou engarrafamento em sua área, no dia 9 de janeiro.
“As pessoas estão loucas!” declarou Lin. “Vi que compraram seis ou sete repolhos; alguns compraram até uma dúzia”.
Imagens em publicações de mídia social mostram cenas do pânico de compras, onde as pessoas se acotovelam em uma mercearia para comprar vegetais.
Um homem de sobrenome Li que mora no distrito de Nankai, em Tianjin, relatou ao Epoch Times que não está ansioso para comprar comida em excesso, pois armazenou arroz e outros alimentos em sua casa.
“Mas eu vi que muitos estavam estocando comida… e alguns [legumes] já estavam sem esgotados”, afirmou Li.
As novas infecções pela COVID-19 representam um risco para os Jogos Olímpicos de Inverno, que abrem dia 4 de fevereiro nas proximidades de Pequim. A capital fica a cerca de 110 quilômetros a noroeste de Tianjin, e muitas pessoas viajam regularmente de carro ou trem de alta velocidade, reduzindo a viagem entre as duas cidades para menos de uma hora.
As autoridades de saúde de Pequim proibiram as viagens de pessoas de Tianjin para Pequim, a menos que seja necessária, de acordo com um aviso do dia 9 de janeiro, publicado na plataforma de mídia social WeChat. Autoridades afirmam que intensificaram as inspeções nas saídas das rodovias para impedir aqueles que pretendem entrar em Pequim a partir de Tianjin, de acordo com a mídia Beijing News, um meio de comunicação apoiado pelo Partido Comunista Chinês (PCC).
Tianjin já fechou algumas estações de metrô de duas linhas e cancelou alguns voos domésticos.
Na plataforma de mídia social Weibo, alguns estudantes universitários de Tianjin declararam que estão preocupados que as restrições de viagem os impeçam de voltar para casa para os feriados do Ano Novo Chinês, que começarão em cerca de três semanas.
Luo Ya contribuiu para este artigo.
Com informações da Associated Press.
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