Médicos acusam Irã de ocultar dados e 3 mil mortes causadas pelo coronavírus

12/03/2020 17:53 Atualizado: 12/03/2020 17:53

Por EFE

Genebra, 12 mar – Cerca de 70 médicos iranianos que moram nos Estados Unidos e Europa enviaram uma carta à Organização Mundial de Saúde (OMS), em que acusam o regime de Teerã de ocultar o alcance do coronavírus no território e que o número de mortos pode chegar a 3 mil.

Atualmente, o governo local aponta que foram 429 os óbitos registrados em decorrência da Covid-19, a doença provocada pelo novo patógeno, dado que o grupo de especialistas, que formam a organização Conselho Nacional de Resistência do Irã, contesta.

“Nossos colegas no Irã destacam que a principal razão da expansão do coronavírus aconteceu devido a considerações políticas do regime, unidas a falta de um alerta oportuno à opinião pública e à incompetência para gerir crises”, diz o texto, dirigido ao diretor geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus.

A enfermeira Parvaneh Tarverdian, que vive no Canadá e apresentou o documento em Genebra, na Suíça, afirmou que ao ocultar dados, o governo do país asiático pode ter minado os esforços da Organização Mundial de Saúde para contar a pandemia.

“O regime se nega a das os números reais dos afetados e mortos, pelo interesse de controlar a sociedade e reprimir qualquer protesto”, afirmou a signatária.

Hoje, as autoridades iranianas revelaram pedido de empréstimo de US$ 5 bilhões ao Fundo Monetário Internacional (FMI), para o combate ao coronavírus, que, oficialmente, infectou 10.075 pessoas e matou 429, segundo os mais recentes dados oficiais.