Mais de 2,6 milhões assinam petição apoiando processo legal contra ex-líder chinês Jiang Zemin

13/12/2017 22:00 Atualizado: 13/12/2017 22:03

Um dos maiores movimentos de direitos civis no mundo tem se mobilizado com o objetivo de levar o ex-líder chinês Jiang Zemin a julgamento por seus crimes hediondos contra a humanidade. Até 8 de dezembro, mais de 2,6 milhões de pessoas de 31 países assinaram uma petição apelando aos órgãos judiciais da China que processem Jiang Zemin.

De acordo com o Minghui.org, um website especializado em informar em primeira mão sobre a perseguição ao Falun Gong, mais de 200 mil praticantes do Falun Gong, na sua maioria residentes na China, desde a metade do ano de 2015, iniciaram processos criminais no tribunal superior do regime, a Suprema Corte Popular, e no mais alto órgão do Ministério Público chinês, a Suprema Procuradoria Popular. Eles acusam Jiang Zemin de crimes contra a humanidade e genocídio.

No dia 10 de dezembro, o Dia Internacional dos Direitos Humanos, Theresa Chu, uma advogada taiwanesa de direitos humanos e coordenadora da petição na região da Ásia-Pacífico, anunciou a contagem total de pessoas em todo o mundo que apoiaram levar Jiang Zemin à justiça.

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De acordo com Theresa Chu, a campanha de petição começou em julho de 2015. As assinaturas foram coletadas em 31 países e regiões, incluindo França, Alemanha, Espanha, Rússia, Bélgica, Israel, Irlanda, Letônia, Bulgária, Japão, Coreia do Sul, Taiwan, Macau, Hong Kong, Malásia, Cingapura e Indonésia, entre outros.

A maioria esmagadora das assinaturas foi coletada na Ásia, sendo 926,286 de Taiwan, 671,422 da Coreia do Sul e 483,360 do Japão. Dos 24 países da Europa onde as assinaturas foram coletadas, Ucrânia, Israel, Espanha, Alemanha, Holanda e Rússia apresentaram a maioria das assinaturas, com pelo menos 10 mil de cada um desses países.

Falun Gong, China, Jiang Zemin - A advogada taiwanesa de direitos humanos Theresa Chu (NTD Television)
A advogada taiwanesa de direitos humanos Theresa Chu (NTD Television)

“A perseguição genocida contra o Falun Gong na China ainda está em andamento. E continua sendo severa e progressiva”, disse Theresa Chu, em entrevista à filial da Ásia-Pacífico da emissora nova-iorquina de língua chinesa New Tang Dynasty Television (NTD).

“Eu acredito que este é o capítulo mais irônico, doloroso e brutal da história dos direitos humanos”, acrescentou Theresa Chu.

Ela também ressaltou o papel do aparato do Partido Comunista Chinês. “Nos últimos 18 anos, durante os quais três líderes chineses diferentes governaram a China, inúmeras pessoas estiveram envolvidas no planejamento, implementação e execução da política de perseguição. Suas mãos estão manchadas de sangue”, disse Theresa Chu. “Eles nunca serão capazes de esquivar-se da responsabilidade por seus crimes contra a humanidade, de tortura e genocídio, segundo o direito internacional.”

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A Organização Mundial para Investigar a Persecução de Falun Gong (WOIPFG), uma organização sem fins lucrativos com sede em Nova York, compilou uma longa lista dos funcionários e oficiais do Partido Comunista Chinês envolvidos na perseguição, incluindo o ex-chefe da segurança pública Zhou Yongkang; o ex-secretário do Partido em Chongqing, Bo Xilai; e Li Changchun, o ex-secretário do Partido na província de Guangdong e chefe da propaganda do regime de 2002 a 2012.

Hu Ping, editor-chefe da Beijing Spring, uma publicação pró-democracia baseada em Nova York, disse que apoiou a petição porque isso despertaria a consciência das pessoas sobre os crimes do regime chinês e também poria pressão no regime chinês, numa entrevista ao Epoch Times.

Histórico

Jiang Zemin, que governou como secretário-geral do Partido Comunista Chinês de 1989 a 2002 e exerceu poder significativo nos bastidores de 2002 a 2012, decretou o início da perseguição contra os praticantes do Falun Gong em 20 de julho de 1999.

O Falun Gong, também conhecido como Falun Dafa, é uma disciplina espiritual tradicional que foi introduzida ao público na China em 1992. A disciplina consiste em exercícios meditativos lentos e suaves e em ensinamentos morais baseados nos princípios de verdade, compaixão e tolerância. Jiang Zemin julgou que a popularidade do Falun Gong – uma pesquisa estatal em 1999 estimou que houvesse mais de 70 milhões de adeptos, embora os praticantes do Falun Gong afirmem que o número real seria de 100 milhões – era uma ameaça à ideologia ateísta do Partido Comunista.

Jiang Zemin lançou uma repressão sangrenta, mobilizando todo o aparato estatal do regime e estabelecendo a chamada Agência 610, um órgão de inteligência semelhante à Gestapo nazista e criado com o propósito específico de erradicar o Falun Gong. O Centro de Informação do Falun Dafa estima que milhões de praticantes se tornaram vítimas de assédio, prisão, tortura, lavagem cerebral, trabalhos forçados e outros abusos. Além disso, pesquisadores independentes relatam que os praticantes do Falun Gong são a principal fonte da extração forçada de órgãos que abastece o enorme e lucrativo setor de transplante de órgãos da China, tendo vitimado mortalmente centenas de milhares no processo.