Pelo menos nove pessoas morreram e 821 ficaram feridas em Taiwan depois que um terremoto de 7,2 graus de magnitude atingiu a costa leste da ilha nas primeiras horas desta quarta-feira, de acordo com os últimos números oficiais.
O terremoto, o pior registrado em Taiwan desde o sismo de magnitude 7,6 de 21 de setembro de 1999 – que causou a morte de 2.416 pessoas -, ocorreu às 7h58 de quarta-feira (horário local, 20h58 de terça-feira em Brasília) e teve seu epicentro no mar, especificamente 25 quilômetros a sudeste do condado oriental de Hualien.
O terremoto e as suas sucessivas réplicas causaram grandes danos materiais, especialmente na área de Hualien, onde numerosos edifícios e infraestruturas foram afetados e pelo menos dois blocos habitacionais colapsaram parcialmente, além de terem provocado o fechamento de várias vias.
Segundo a Agência Meteorológica Central de Taiwan (CWA), até por volta das 16h30 de hoje (5h30) a ilha havia registrado 123 tremores secundários de intensidade variada, incluindo nove com magnitude entre 5 e 6 graus.
Da mesma forma, de acordo com a empresa estatal de eletricidade Taipower, um total de 371.275 casas ficaram sem energia após o terremoto, embora cerca de 99% já tenham recuperado o fornecimento.
O número de incidentes relacionados com a catástrofe está cifrado até agora em 1.103, com 690 casos classificados como “outros tipos de eventos”, seguidos de 189 incidentes de infraestruturas civis e 125 incidentes de danos em edifícios.
Além disso, o maior produtor de semicondutores do mundo, a Taiwan Semiconductor Manufacturing Company (TSMC), foi forçado a evacuar parte dos funcionários das suas instalações.
Relatos do terremoto em Taipei
Os tremores foram sentidos por pelo menos uma hora e meia na capital Taipei, segundo relatou à Agência EFE a argentina Brenda Hesse, estudante da Universidade Nacional de Taiwan (NTU).
“Foi feio, a sensação de não saber como estava tudo lá fora era estranha (…) Quem está dentro de um prédio não tem plena noção da magnitude que tudo está tendo lá fora, não sabia se houve muita destruição, até que ponto tudo estava bom ou ruim para eu transmitir tranquilidade aos meus parentes na Argentina”, explicou.
Mauricio Garcete, estudante paraguaio da Universidade Nacional de Ciência e Tecnologia de Taiwan (NTUST), estava em sua residência universitária em Nova Taipei quando começou a sentir os primeiros efeitos do terremoto.
“Este foi o terremoto mais forte que experimentei em Taiwan. Depois soubemos pelas notícias que houve muitos danos nas cidades do leste”, afirmou à EFE.
“Foi a primeira vez na minha vida que senti um terremoto de tal magnitude. As paredes tremiam, livros e lâmpadas caíram e, quando o terremoto principal parou, não tínhamos eletricidade nem água no apartamento”, detalhou, por sua vez, o pesquisador espanhol Rubén Almendros, que estava no distrito de Nangang, em Taipei.
Réplicas nos próximos dias
A presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen, pediu à população que mantenha a calma e tome precauções extremas, uma vez que é provável que ocorram novas réplicas de entre 6,5 e 7 graus do sismo nos próximos dias.
A governante, que visitou o Centro de Resposta a Desastres juntamente com o primeiro-ministro, Chen Chien-jen, destacou que o Executivo deu ordens para prestar a assistência necessária e trabalhar com os governos locais nos esforços de emergência.
A Agência Meteorológica do Japão (JMA), que emitiu e posteriormente suspendeu um alerta sobre a chegada de um possível tsunami ao arquipélago de Okinawa (sudoeste), também alertou para o risco de ocorrência de réplicas nos próximos dias.