Por Paul Huang, Epoch Times
A ex-secretária de Estado Madeleine Albright afirmou que a China é um adversário muito maior do que a Rússia para os Estados Unidos. A afirmação contrasta com a retórica partidária entre os democratas, que têm apontado a Rússia como a ameaça mais urgente à segurança nacional devido à sua “interferência” na eleição presidencial de 2016.
Em uma entrevista pública com David Ignatius do Washington Post ontem (7), Albright, ex-secretária de Estado de Bill Clinton, expressou seu desacordo com a nova Estratégia de Defesa Nacional do Pentágono. A estratégia foi divulgada em janeiro e nomeia China e Rússia como os adversários principais dos Estados Unidos nos próximos anos.
“A nova Estratégia de Defesa [Nacional] dos Estados Unidos afirma agora que Rússia e China são nossos principais adversários. Eu penso que isso é um presente para Putin, porque eles não são equivalentes à China”, disse Albright. “A China é realmente uma potência que está evoluindo grandemente, penetrando em vários lugares. Os russos ainda não chegaram a isso. Mas eu tenho certeza que Putin ficou feliz quando leu isso”.
Ao equiparar a Rússia com a China, a nova estratégia de defesa norte-americana pode dar a Putin uma desculpa para adotar uma postura mais agressiva contra o Ocidente, disse Albright.
A Estratégia de Defesa do Pentágono reflete a visão da Estratégia de Segurança Nacional da Casa Branca, que foi revelada por Donald Trump em dezembro de 2016 e que estabeleceu as bases para os Estados Unidos enfrentarem os “poderes revisionistas” da Rússia e da China que desafiam a América e seus aliados.
Ao descrever a ameaça da China para os Estados Unidos como mais grave do que a da Rússia, Albright se distancia da opinião geral entre os democratas e os principais meios de comunicação, muitos dos quais têm sustentado incansavelmente desde 2016 a narrativa de que Trump conspirou com a Rússia para ganhar a eleição.
A entrevista de Albright serviu para apresentar seu novo livro: “Fascismo: uma advertência”, título que muitos analistas políticos traduzem como uma disfarçada alusão a Trump e ao movimento político que ele gerou. No entanto, Albright parece sugerir que o impulso político de Trump e de seus apoiadores são locais, e não o produto da interferência estrangeira da Rússia.
Albright também disse que os Estados Unidos ainda precisam permanecer ativos na redução da expansão da Rússia na Europa. “Precisamos saber no que acreditamos e tratar de resistir ao que os russos fazem para minar todos esses países”, disse ela.
A ex-secretária de Estado se aposentou do serviço público em 2001 e atualmente preside seu próprio Grupo Albright Stonebridge, uma “companhia de negócios e estratégia globais” conhecida por prover serviços de consultoria para os Estados Unidos e empresas internacionais que buscam fazer negócios com a China.