No 25º aniversário de seu retorno à soberania chinesa, a antiga colônia portuguesa de Macau, conhecida como a “Las Vegas da Ásia”, olha para o futuro com o desafio de diversificar uma economia ainda dominada pelo setor de jogos de azar e com planos de maior integração com o gigante asiático.
Desde 1999, quando retornou à soberania chinesa após ter sido um território português, Macau tem sido administrada como uma região administrativa especial sob a política “um país, dois sistemas”, com autonomia parcial e sistemas sociais e econômicos garantidos por 50 anos.
Macau e sua dependência do jogo
A antiga colônia portuguesa é a única região da China onde o jogo é legal, mas enfrenta um desafio significativo: reduzir sua forte dependência do setor, que já foi responsável por quase dois terços do seu produto interno bruto (PIB).
Apesar dos esforços de sucessivos governos, a economia local tem sido profundamente influenciada pelo setor de jogos de azar.
O setor decolou em 2002, quando as autoridades macaenses desmantelaram o monopólio do falecido Stanley Ho e abriram o mercado para as operadoras internacionais.
De acordo com dados oficiais anteriores à pandemia, mais da metade da atividade econômica nessa região semiautônoma vem de negócios relacionados a jogos de azar, que também são a principal fonte de emprego.
Em 2019, os cassinos geraram receitas de US$ 36 bilhões, três vezes mais do que os US$ 12 bilhões obtidos pelo estado de Nevada, famoso por seu centro de entretenimento em Las Vegas.
Diversificação econômica em movimento
Esse quadro destaca a necessidade urgente de diversificação econômica em um território que busca equilibrar seu crescimento de longo prazo.
Essa forte dependência do setor de jogos de azar expôs Macau a riscos econômicos consideráveis.
As restrições impostas pela pandemia resultaram em um declínio drástico na chegada de visitantes, caindo de quase 40 milhões em 2019 para apenas 5,7 milhões em 2022, levando a uma grave contração econômica.
Em 2022, os seis cassinos licenciados da cidade conseguiram renovar suas licenças depois de se comprometerem a diversificar, destinando US$ 14,9 bilhões a projetos como parques temáticos e centros de conferência.
No entanto, os especialistas alertam que as operadoras podem preferir buscar “vitórias rápidas”, já que as empresas que não são de jogos de azar geralmente relatam margens de lucro baixas.
Dois anos após receberem suas concessões, os administradores estabeleceram um calendário constante de eventos, incluindo shows, conferências e competições esportivas, principalmente um acordo com a NBA para sediar jogos da pré-temporada.