Líder chinês ordena que forças armadas se preparem para guerra

07/01/2019 16:57 Atualizado: 07/01/2019 17:06

Por Cathy He, Epoch Times

O líder chinês Xi Jinping ordenou que as forças armadas chinesas intensifiquem seus preparativos para a guerra, em discurso proferido em uma reunião de alto nível em 4 de janeiro.

O regime comunista chinês está em processo de fortalecimento de suas forças armadas, o Exército Popular de Libertação (EPL), ao mesmo tempo em que intensifica suas reivindicações territoriais no Mar do Sul da China, aumenta a pressão sobre Taiwan e confronta os Estados Unidos em questões que vão desde o comércio até o status de Taiwan.

Em discurso dirigido a altos oficiais militares da Comissão Militar Central (CMC), Xi disse que as forças armadas da China devem “se preparar para uma luta militar abrangente a partir de um novo ponto de partida”, disse o porta-voz oficial do regime comunista, a agência de notícias Xinhua.

“A preparação para a guerra e o combate deve ser aprofundada para garantir uma resposta eficiente em tempos de emergência”, disse Xi.

Xi, que também é presidente da CMC, disse que a China enfrenta riscos e desafios crescentes e que as forças armadas devem trabalhar para garantir suas necessidades de segurança e desenvolvimento, segundo a Xinhua.

Ele acrescentou que as forças armadas devem ser capazes de responder rapidamente a emergências, melhorar suas capacidades de operações conjuntas e nutrir novos tipos de forças de combate.

As declarações de Xi vieram dias depois de ele ter dito que a China não descartaria o uso da força para conseguir a “reunificação” com Taiwan e impedir a independência da ilha.

O regime chinês vê a ilha como uma província rebelde que deve ser unificada à China Continental, pela força, se necessário.

A presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen, respondeu energicamente em 2 de janeiro, dizendo que Taiwan não aceita a posição do Partido Comunista Chinês de que o regime tem o direito legítimo de governar a ilha.

Em 5 de janeiro, Tsai apelou à comunidade internacional para que defenda os valores democráticos, apoiando a ilha autogovernada.

“Se a comunidade internacional não se pronunciar e apoiar Taiwan enquanto a ilha enfrenta esta situação, teremos que nos perguntar qual país será o próximo”, disse ela, referindo-se às ameaças do regime chinês de usar o exército para forçar a ilha a se submeter a seu controle.

Os comentários de Xi sobre Taiwan ocorreram poucos dias depois que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou a Reaffirmation Initiative Act na Ásia, confirmando o compromisso norte-americano com a segurança da ilha.

Expansão militar

O Exército Popular de Libertação se expandiu significativamente sob a administração de Xi, à medida que o regime busca afirmar-se como uma superpotência em ascensão.

De acordo com um relatório de 2018 da RAND Corporation, o EPL tem como objetivo não apenas competir com o exército dos Estados Unidos, mas também derrotá-lo.

Nos últimos anos, a Marinha, a Força Aérea e o Corpo de Fuzileiros Navais do Exército Popular de Libertação vêm aumentando suas forças e atualizando suas tecnologias a fim de alcançar a capacidade de projeção de uma potência global.

A Marinha está atualmente fabricando dois novos porta-aviões para juntar ao seu atual porta-aviões construído pela União Soviética, que o comprou da Ucrânia. A Força Aérea começou a desenvolver um bombardeiro furtivo, junto com veículos aéreos não tripulados (UAVs), incluindo de carga e longo alcance. O Corpo de Fuzileiros Navais vem adquirindo novos veículos blindados.

A espionagem cibernética é outra maneira pela qual o regime chinês, por meio de seus braços militares e não-militares, tenta fechar as brechas tecnológicas e promover o desenvolvimento militar.

“A China usa uma variedade de métodos para adquirir tecnologias militares e de uso duplo estrangeiras, incluindo investimento estrangeiro direto, roubo cibernético e aproveitamento do acesso de cidadãos chineses a essas tecnologias”, afirma um relatório do Pentágono de 2018.

Nos últimos anos, o regime também intensificou os treinamentos de combate em águas próximas de Taiwan, medida que foi denunciada por Taipei como tentativa de intimidação. Também exerceu crescente pressão no Mar do Sul da China através da construção de instalações militares e de outros tipos em ilhas artificiais e recifes nas áreas disputadas.

Com informações da Reuters