Por Annie Wu, Epoch Times
O líder chinês Xi Jinping continua a buscar maneiras de consolidar e fortalecer seu poder dentro do Partido Comunista Chinês.
Seu movimento mais recente é limpar a casa em Xangai, um dos centros de poder de seus inimigos políticos.
O Partido Comunista Chinês concluiu recentemente as nomeações dos funcionários para as versões regionais de seu legislativo-carimbo, o Congresso Popular Nacional, e seu órgão consultivo político, a Conferência Consultiva Política do Povo Chinês (CCPPC).
Em Xangai, a posição de presidente da CCPPC local foi para Dong Yunhu, que mais recentemente era diretor do Departamento de Propaganda na cidade. Dong substituiu Wu Zhiming, que é sobrinho do ex-líder chinês Jiang Zemin. Aqueles ligados a Jiang constituem uma facção de oposição que ainda está lutando pelo poder contra Xi Jinping e seus aliados.
Jiang Zemin ascendeu no poder depois de se tornar prefeito de Xangai em 1985. Funcionários que trabalharam com ele durante esse período, e que subiram nas fileiras do regime devido ao patrocínio político de Jiang, são conhecidos como parte da “gangue de Xangai”.
A mudança recente do presidente da CCPPC é incomum porque, durante mais de uma década, essa posição foi ocupada por um nativo de Xangai ou algum conhecido aliado de Jiang Zemin. Dong Yunhu é da província de Zhejiang e não tinha envolvimento com Xangai até ser nomeado para o cargo do Departamento de Propaganda local em 2015.
O comentarista político Li Linyi também observou que Wu Zhiming ascendeu gradualmente até o cargo de presidente da CCPPC: primeiro como secretário local do Partido Comunista, em seguida vice-presidente da CCPPC e, finalmente, presidente. Assim, era de se esperar que o atual secretário do Partido na CCPPC, Jiang Ping, fosse o próximo presidente. O fato de Dong Yunhu ter pulado adiante e assumido a posição indica que o campo de Xi Jinping ganhou uma batalha contra a facção de Jiang Zemin, disse Li Linyi.
Os principais cargos de aplicação da lei em Xangai também foram recentemente transferidos para funcionários que anteriormente não tinham conexões com Xangai. A chefia da Suprema Corte de Xangai foi para Liu Xiaoyun, que anteriormente trabalhou na província de Henan, enquanto o cargo de procurador-geral da procuradoria de Xangai foi para Zhang Bencai, proveniente de Pequim.
Muitas autoridades poderosas de Xangai foram purgadas em meio à campanha anticorrupção de Xi Jinping, uma limpeza interna de funcionários mal comportados que começou em 2012. Aqueles purgados frequentemente também eram membros da facção de Jiang Zemin.
Por exemplo, o ex-procurador-geral em Xangai, Chen Xun, foi derrubado por “violar a disciplina do Partido” em março de 2017. A mídia chinesa informou anteriormente sobre suas supostas conexões com outros membros corruptos do Partido Comunista, o que ampliou a investigação para mais de 100 pessoas. Cópias das acusações arquivadas de funcionários contra Chen Xun, que foram divulgadas online, alegavam que ele roubou ativos estatais no valor de bilhões de yuanes (um bilhão de yuanes equivale a US$ 158 milhões).
Em todo o país, a maioria dos presidentes provinciais da CCPPC também foi removida: das 31 províncias e municípios da China diretamente controlados pelo governo central, apenas 8 mantiveram seus presidentes em exercício.
Em algumas províncias, o presidente provincial foi simplesmente substituído por outro (o presidente em Henan tornou-se o presidente em Hebei), enquanto outros foram substituídos por funcionários que anteriormente estavam em departamentos do Partido Comunista não relacionados com a CCPPC.
Outros funcionários de alto escalão, como o recém-nomeado vice-governador Wang Yongang, foram removidos de seus locais de trabalho de longa data. Wang já trabalhava na burocracia do Partido Comunista em Chongqing por 37 anos.
O incomum grande volume de rearranjo de cargos políticos parece estar de acordo com as recentes exposições de Xi Jinping advertindo os membros do Partido Comunista contra a “formação de panelinhas e facções”.
Uma análise do Oriental Daily de Hong Kong observou que os funcionários entrincheirados em suas políticas locais eventualmente estabelecem seus próprios “feudos”, onde eles podem fazer suas próprias regras e ignorar as instruções das autoridades centrais. Xi Jinping parece interessado em concentrar o poder em Pequim e impedir que as autoridades locais formem feudos, disse o artigo.
Colaborou: Gu Qing’er