Matéria traduzida e adaptada do inglês, publicada pela matriz americana do Epoch Times.
Principais legisladores dos EUA pedem que Japão restrinja vendas de equipamentos para fabricação de chips à China.
Nos últimos dias, importantes legisladores dos Estados Unidos instaram o Japão a tomar medidas para restringir as empresas japonesas de venderem equipamentos de fabricação de chips semicondutores para a China, em uma carta oficial.
John Moolenaar (R-Mich.), presidente do Comitê Seletivo da Câmara sobre o Partido Comunista Chinês, e o representante Raja Krishnamoorthi (D-Ill.) expressaram suas preocupações sobre “o fluxo de equipamentos de fabricação de semicondutores japoneses para a China” em uma carta enviada ao embaixador japonês nos Estados Unidos, Shigeo Yamada, em 15 de outubro. Eles alertaram que, se o Japão não agir, Washington poderá impor restrições às empresas japonesas de equipamentos e bani-las de receber subsídios norte-americanos para semicondutores.
Os legisladores norte-americanos rejeitaram os argumentos de que as restrições à venda para a China tenham causado impactos negativos materiais às empresas de equipamentos de chips, como a Tokyo Electron. Eles disseram na carta que as alegações de que essas empresas “foram prejudicadas pelos controles multilaterais de exportação não parecem resistir à análise.”
Citando a alta acentuada nas ações da Tokyo Electron, ASML, Lam Research e Applied Materials, além de bilhões de dólares em subsídios para chips nos EUA e euros na Europa, os legisladores afirmaram que as alegações das empresas de terem sido prejudicadas pelos controles de exportação “não são particularmente convincentes.”
No entanto, a China continua sendo um mercado lucrativo para todas as empresas de fabricação de ferramentas para chips, e autoridades no Japão e na Holanda são relutantes em impor mais restrições às exportações.
Moolenaar e Krishnamoorthi enfatizaram na carta a importância da cooperação entre os Estados Unidos, Japão e Holanda — onde estão localizadas cinco das mais importantes fabricantes de ferramentas para semicondutores do mundo — para conter a ambição da China de dominar o mercado global de chips.
Os legisladores afirmaram que as exportações contínuas de equipamentos de fabricação de chips dos EUA, Japão e Holanda para a China dariam ao Partido Comunista Chinês (PCCh) “um veto funcional” sobre a capacidade dessas três nações de produzir sistemas de armas e bens de consumo modernos “nos níveis necessários.”
Eles afirmaram que uma ação multilateral continua sendo a melhor maneira de lidar com a ameaça vinda da China.
Também mencionaram que as outras opções dos Estados Unidos incluem o endurecimento das regras de subsídios. Uma vez que uma empresa venda equipamentos avançados de chips para a China, ela não poderá obter subsídios norte-americanos para semicondutores.
As medidas unilaterais dos EUA, que têm apoio bipartidário, também incluem a expansão e o fortalecimento da Regra de Produto Direto Estrangeiro “para garantir que qualquer máquina avançada de fabricação de semicondutores produzida com qualquer tecnologia dos EUA no Japão ou em outros lugares exija uma licença de exportação dos EUA” antes de ser exportada para a China.
Japão ainda não respondeu publicamente à carta.
Su Tzu-yun, pesquisador e diretor da Divisão de Estratégia de Defesa e Recursos do Instituto de Pesquisa para Defesa Nacional e Segurança de Taiwan, disse ao Epoch Times em 19 de outubro que a relutância do Japão em restringir as exportações de equipamentos de fabricação de chips para a China pode ser causada pelo grande déficit comercial do Japão com a China, que continua a crescer.
“A China continua comprando equipamentos de fabricação de chips do Japão em grandes quantidades, por isso o governo japonês reluta em tomar qualquer medida”, disse Su.
Wang Shiow-wen, pesquisadora assistente do Instituto de Pesquisa para Defesa Nacional e Segurança de Taiwan, disse ao Epoch Times em 19 de outubro que o Japão ainda não restringiu oficialmente a exportação de equipamentos de semicondutores para a China, principalmente porque está aguardando os resultados da eleição norte-americana de 5 de novembro.
“Trump e Harris podem ter diferenças em suas políticas em relação à China”, disse Wang. “Além disso, como a China atualmente quase tem um monopólio na produção de importantes terras raras, o Japão também está preocupado que a proibição de equipamentos de semicondutores desencadeie retaliação comercial da China em relação às terras raras. Isso não afeta apenas a produção de materiais e equipamentos semicondutores japoneses, mas também afeta a indústria automobilística japonesa. Em particular, a China já afirmou que retaliará o Japão se as exportações de equipamentos de fabricação de chips para a China forem restringidas.”
Moolenaar e Krishnamoorthi escreveram na carta que o PCCh está ativamente usando equipamentos de semicondutores dos Estados Unidos, Japão e Holanda para estabelecer a maior base industrial de fabricação de semicondutores do mundo. O nível de chip que a China está tentando dominar “é o alicerce da economia moderna e da defesa militar, formando a base de quase todos os eletrônicos e sistemas de armas em circulação hoje.”
Quanto à capacidade de fabricação de chips da China, Su disse que o país já pode produzir chips avançados de 12 nanômetros usando equipamentos de fabricação de chips feitos na China, “embora a taxa de rendimento não seja boa.”
“Agora, a China está tentando usar equipamentos fabricados internamente para produzir chips de 7 nanômetros (nm), e essa é a última linha de defesa e o limite que os países democráticos se esforçam para defender”, disse Su.
“Nesse caso, se o Japão fornecer equipamentos para o PCCh amadurecer e estabilizar sua produção de chips de 12 nm, isso o ajudará a focar e desenvolver ainda mais sua capacidade de fabricar chips de 7 nm, o que se torna uma ameaça potencial.”
Wang disse que, com base na proximidade da aliança EUA-Japão, o governo japonês acabará seguindo os Estados Unidos na proibição de equipamentos de fabricação de chips.
“No momento, o governo japonês está apenas ganhando tempo para elaborar medidas mais abrangentes”, disse ela. “Especialmente agora, devido aos sentimentos anti-Japão na China e ao assassinato de uma criança japonesa na China, a indústria automobilística japonesa começou a retirar seus investimentos da China. Talvez em breve, quando o número de empresas japonesas na China diminuir, o governo japonês comece a adotar uma postura mais rígida em relação à China.”
Luo Ya contribuiu para este reportagem.