Por MIMI NGUYEN LY
Jimmy Lai, ativista pró-democracia e proprietário de mídia baseado em Hong Kong, foi acusado sob a Lei de Segurança Nacional imposta pela China, de acordo com relatos da mídia local.
O homem de 72 anos foi acusado de suspeita de conluio com forças estrangeiras e de pôr em risco a segurança nacional, informou o Apple Daily nesta sexta-feira(11), citando uma fonte policial. Ele é indiscutivelmente a pessoa de maior perfil a ser acusada sob a lei desde que ela foi implementada em junho.
A Lei de Segurança Nacional entrou em vigor em 30 de junho, após votos cerimoniais governados pela legislatura fantoche do Partido Comunista Chinês. A lei penaliza as pessoas por alegados atos de subversão, secessão, terrorismo e conluio com forças estrangeiras, com penas máximas de prisão perpétua.
Críticos, inclusive de países ocidentais e grupos de direitos humanos, afirmam que esta lei só serviria para ameaçar ainda mais a autonomia de Hong Kong e permitir ao PCCh silenciar vozes dissidentes sob o pretexto de salvaguardar a “segurança nacional”.
Lai é dono do Apple Daily, um jornal popular com muitos leitores, conhecido durante os protestos em massa do ano passado por sua cobertura crítica do PCCh e do atual governo de Hong Kong em favor de Pequim.
O Apple Daily informou que Lai foi intimado a comparecer ao tribunal no sábado.
“O objetivo é prender Jimmy Lai e calar Jimmy Lai”, disse Mark Simon, executivo sênior da Lai’s Next Digital e do Apple Daily, à Reuters.
Next Digital é um grupo de investimento fundado por Lai que se concentra principalmente em mídia e editoras. Ele é dono da Apple Daily. O grupo Next Digital é considerado um dos principais bastiões remanescentes da liberdade de mídia em Hong Kong.
A polícia de Hong Kong disse em um comunicado que prendeu um homem de 73 anos de acordo com a Lei de Segurança Nacional, mas não forneceu seu nome. A polícia de Hong Kong até agora não respondeu a um pedido de comentário do Epoch Times.
Lai foi preso pela primeira vez em agosto sob a lei de segurança nacional, “sob suspeita de conluio com um país estrangeiro ou elementos externos para colocar em perigo a segurança nacional [da China], conspiração para fraudar e outros crimes”. Após sua prisão, cerca de 200 policiais invadiram a redação do Apple Daily no mesmo dia.
Mais tarde, Lai foi libertado sob fiança, mas a polícia invadiu os escritórios de sua empresa em outubro.
Ele e dois executivos da Next Digital foram posteriormente acusados de fraude com a acusação de violar os termos do contrato de arrendamento dos escritórios da empresa. Em 3 de dezembro, a fiança foi negada.
O proprietário da mídia tem sido um visitante frequente à Washington, onde se reuniu com seus funcionários, incluindo o secretário de Estado Mike Pompeo, para reunir apoio à democracia de Hong Kong, o que levou Pequim a qualificá-lo como um “traidor”.
Pompeo recentemente condenou o governo de Hong Kong e o PCCh pelo que chamou de “perseguição política” contra Lai, bem como contra três outros ativistas pró-democracia: Joshua Wong e dois de seus antigos colegas, Agnes Chow e Ivan Lam.
“O uso dos tribunais para silenciar a dissidência pacífica é uma marca registrada dos regimes autoritários e sublinha mais uma vez que o maior medo do Partido Comunista Chinês é a liberdade de expressão e de pensamento de seu próprio povo”, disse o secretário de Estado, em 3 de dezembro, em um comunicado.
“Hong Kong historicamente se beneficiou de um sistema livre e aberto que celebrava a defesa pacífica de cidadãos como Joshua Wong, Agnes Chow, Ivan Lam e Jimmy Lai”, declarou Pompeo.
Ativistas proeminentes de Hong Kong, Wong, Chow e Lam, foram condenados a meses de prisão em 3 de dezembro por sua participação em um protesto massivo ocorrido em junho do ano passado.
Com informações de Frank Fang, The Associated Press e Reuters.
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