Por EFE
Roma, 13 abr – A Itália superou nesta segunda-feira a marca de 20 mil mortos em decorrência da Covid-19, doença provocada pelo novo coronavírus, com os 566 óbitos registrados a mais na comparação com o boletim divulgado ontem pelas autoridades locais, que prometem não flexibilizar o confinamento, apesar da redução dos números.
“Ainda estamos na fase um, não há dúvidas”, disse o professor Gianni Rezza, do Conselho Técnico Científico, que vem assessorando o governo do país, durante entrevista coletiva concedida junto com integrantes da agência de Defesa Civil.
Ao todo, são 20.465 mortes pela Covid-19, sendo que o número de hoje é maior do que o deste domingo, de que foram registradas 431 mortes. Já o total de casos de infecção pelo novo coronavírus chegou a 159.516, de acordo com a contabilização oficial.
As informações oficiais apontam que ainda existem 103.616 casos ativos, sendo que 70% deles, são de pessoas que estão isoladas nas próprias casas. Já os internados em unidades de terapia intensiva são 3.260, o que significa redução pelo décimo dia consecutivo.
“Há sinais positivos, mas o número de mortes segue sendo alto”, afirmou Rezza.
O especialista, no entanto, admitiu que é preciso ter em conta que os falecimentos correspondem a pessoas que foram infectadas semanas antes, e que os casos a mais de contágio não necessariamente são “Novos”, já que é preciso levar em conta o período de incubação.
NÃO HÁ DESACELERAÇÃO
Apesar da consolidação de números menores do que os de semanas atrás, no auge da crise e da situação menos caótica nos hospitais, o governo da Itália garante que não pretende baixar a guarda e reduzir as restrições impostas à população e setores comerciais e industriais.
As medidas foram prorrogadas nesta segunda-feira até 3 de maio, com a obrigação de confinamento em casa, o fechamento de atividades não essenciais. O prazo era para que acabassem hoje, 13 de abril.
O novo decreto começa a vigorar já nesta terça-feira e permitirá apenas a abertura de alguns poucos estabelecimentos, quase simbolicamente e em maneira experimental, como livrarias, papelarias, lojas de roupas infantis, assim como as de primeira necessidade, como supermercados e farmácias, que já vinham funcionando.
O primeiro-ministro, Giuseppe Conte, descartou neste momento que as indústrias possam ser abertas, apesar das pressões econômicas.
“No momento, qualquer hipótese sobre isso é prematura”, segundo afirmou Angelo Borelli, diretor da agência de Defesa Civil, na entrevista coletiva de hoje.
DIFERENÇAS REGIONAIS
Algumas regiões, dentro do que permite a constituição italiana, vêm adotando distintas medidas, como a Lombardia, a mais afetada em número de contágios e mortes, que não permitirá a abertura de livrarias e papelarias.
O assessor de Saúde da Lombardia, Giulio Gallera, admitiu que ainda há preocupação, diante das 280 mortes a mais registradas hoje e que o objetivo é seguir achatando a curva.
“Nosso esforço está dando resultados positivos. Os dados das primeiras semanas previram cenários desesperados se não tivéssemos tomado medidas. Nossas medidas sempre foram mais restritas que as nacionais e nos levaram a uma diminuição do contágio”, admitiu.
Em Vêneto, o presidente regional, Luca Zaia, assinou um novo decreto, que entrará em vigor à meia-noite desta terça-feira (hora local), para flexibilizar algumas restrições de movimentação, com a permissão de abertura de mercados ao ar livre e as saídas para fazer atividades físicas não serão limitadas a 200 metros de casa.