O regime norte-coreano prossegue com o desenvolvimento de armas nucleares e mísseis balísticos, e também com suas ameaças contra os Estados Unidos e seus aliados. O presidente Donald Trump disse que o problema chegou a um ponto “que está muito, muito avançado”, afirmando: “Não podemos permitir que isso continue”.
Trump fez seus comentários durante uma entrevista em 11 de outubro para a Fox News, observando que o problema com a Coreia do Norte “deveria ter sido resolvido há 25 anos”, mas permitiram que continuasse durante as administrações anteriores.
No momento em que a Coreia do Norte afirma que está prestes a desenvolver mísseis nucleares que poderiam chegar aos Estados Unidos, Trump enfatizou: “Temos de fazer algo”.
Enquanto o exército norte-americano está preparado para se defender e a seus aliados, a estratégia atual se baseia na diplomacia, não com a Coreia do Norte diretamente, mas com seu principal aliado: a China.
O secretário de Defesa Jim Mattis comentou durante uma reunião em 3 de outubro do Comitê de Serviços Armados do Senado que Trump orientou tanto ele quanto o secretário de Estado Rex Tillerson. Mattis observou que Trump foi muito claro: “Continuaremos com o esforço diplomático para incluí-lo nas várias iniciativas com a China e garantir que as sanções sejam implementadas, sanções econômicas destinadas a mantê-lo dentro de um quadro diplomático para avançar”, afirmou.
Até o momento, a estratégia parece estar funcionando.
A secretária de imprensa da Casa Branca, Sarah Sanders, disse em uma entrevista coletiva em 10 de outubro que Trump conseguiu que mais de 20 nações “reduzam significativamente os laços econômicos e diplomáticos com a Coreia do Norte, isolando-a ainda mais” e “conseguiu que a China e a Rússia adotem as sanções mais duras da ONU” contra Pyongyang.
O Conselho de Segurança da ONU aprovou duas rodadas de sanções contra a Coreia do Norte, que a China aprovou. Em 14 de agosto, líderes chineses anunciaram que apoiarão as novas resoluções que barram as exportações da Coreia do Norte, dentre elas ferro, chumbo e carvão. A segunda rodada, adotada em 11 de setembro, também incluiu restrições para o petróleo.
Trump conversou com o líder chinês Xi Jinping em 18 de setembro, e uma interpretação da Casa Branca dessa conversa resumiu que “os dois líderes se comprometeram a maximizar a pressão sobre a Coreia do Norte através da aplicação vigorosa das resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas”.
Os efeitos da conversa se tornaram evidentes rapidamente.
Pouco tempo depois, o banco central chinês deu ordens para os bancos chineses para seguir com as sanções da ONU contra a Coreia do Norte, negando serviços a novos clientes norte-coreanos e reduzindo os empréstimos para os já existentes.
Em seguida, a mesma entidade deu 120 dias para que empresas mistas e companhias norte-coreanas fechassem. A notícia foi divulgada pelo jornal Korea Herald em 28 de setembro, que citou o Ministério do Comércio do regime chinês.
O regime comunista chinês é um dos principais defensores da Coreia do Norte e um fornecedor importante de bens e petróleo. De acordo com o site de notícias Oilprice.com, cerca de 90% do fornecimento documentado de petróleo bruto da Coreia do Norte provém da China. No entanto, esse relacionamento tornou-se instável recentemente.
Funcionários leais à facção do ex-líder do Partido Comunista Chinês (PCCh) Jiang Zemin mantinham relações estreitas com a Coreia do Norte. O próprio Jiang foi fotografado dando um abraço em Kim Jong-il, pai do atual líder norte-coreano Kim Jong-un.
A facção de Jiang se opôs ao atual líder do PCCh Xi Jinping, e as relações entre a China e a Coreia do Norte acabaram sendo afetadas pelas lutas internas do Partido.
Xi Jinping mantém relações relativamente frias com a Coreia do Norte. E é a facção de Xi que aceitou fazer valer as sanções da ONU.
Enquanto isso, as sanções parecem estar cobrando seu preço. A mídia norte-coreana admitiu em 29 de setembro que as sanções estão causando “danos colossais” e o noticiário estatal também ameaçou os Estados Unidos com a extinção.
Tillerson recebeu informes semelhantes depois de visitar a China e declarou, durante uma conferência de imprensa conjunta com o embaixador dos Estados Unidos na China, Terry Branstad, em 30 de setembro, que “os chineses também nos dizem que está tendo um efeito e têm uma visão bastante próxima disso “.
Trump reconheceu o papel da China durante recente entrevista à imprensa em 11 de outubro, mas manteve um otimismo cauteloso. Ele disse: “Agora, a China é de grande ajuda, penso, acho, quem sabe, acho que eles parecem ser de grande ajuda”.
“Cortaram-se os recursos para a Coreia do Norte, isso é algo que nunca foi feito antes, reduziram o combustível e muitas outras coisas. Vamos ver o que acontece”, afirmou Trump, e quanto aos programas nucleares da Coreia do Norte, ele disse:” Não podemos permitir que isso aconteça. Isso deveria ter sido resolvido há muito tempo.”
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