Por EFE
Roma, 18 abr – Os 34 imigrantes recebidos no navio Aita Mari, da ONG espanhola Salvamento Marítimo Humanitário, após terem sido resgatados no Mediterrâneo central, serão transferidos para uma balsa para serem submetidos a uma quarentena por ordem das autoridades italianas, em vista da pandemia do novo coronavírus.
Amanhã, todos eles serão transferidos para a Rubattino, da empresa Tirrenia, que desde ontem recebeu outros 147 migrantes resgatados pelo navio Alan Kurdi, da organização alemã Sea Eye, onde terão que passar um período de isolamento por razões de segurança devido à crise de saúde que a Itália está passando devido ao vírus SARS-CoV-2.
O Ministério de Infraestrutura e Transportes, que tem jurisdição sobre os portos italianos, afirmou em comunicado que resgatar os imigrantes é um gesto humanitário, que, no entanto, não pode ser feito no país.
“Uma ação de natureza humanitária não pode ocorrer com o desembarque nos portos italianos devido à forte pressão organizacional e sanitária nesta fase de emergência da COVID-19”, disse a pasta em nota.
“Essa pressão impediria que os migrantes fossem recebidos em terra em total segurança para os socorristas e as pessoas que estão sendo ajudadas”, completou.
O despacho foi assinado pela ministra de Infraestrutura e Transportes, Paola De Michelo, pela Ministra do Interior, Luciana Lamorgese, e pelo chefe da Defesa Civil, Angelo Borrelli.
O Aita Mari estava na costa da Sicília aguardando permissão para desembarcar as 34 pessoas resgatadas na última segunda-feira nas águas centrais do Mediterrâneo. Tinha salvado a vida de 44 migrantes, mas dez deles precisaram ser retirados mais cedo por razões de saúde.
O navio partiu na segunda-feira do porto italiano de Syracuse para a Espanha, mas foi informado da presença de um barco à deriva com essas pessoas e as resgatou em uma operação coordenada com as autoridades de Malta, que depois disso se retirou da operação.
