Hong Kong comemora 300 milhões de renúncias ao Partido Comunista Chinês

Antes de retornar à soberania chinesa em 1997, a cidade desfrutava de uma relativa independência política, legal e econômica

27/03/2018 11:42 Atualizado: 29/03/2018 15:34

Por Sunny Chao, Epoch Times

Estima-se que o número de pessoas que renunciaram ao Partido Comunista Chinês (PCC) e suas organizações afiliadas chegará a 300 milhões até o final deste mês. Para comemorar este marco, mais de 700 cidadãos de Hong Kong e Taiwan realizaram uma manifestação e um desfile em 18 de março.

A manifestação começou às 10 da manhã na Praça Edimburgh, no centro, principal zona comercial.

Wang Zhiyuan, porta-voz da Organização Mundial para Investigar a Perseguição ao Falun Gong, disse que desde o estabelecimento do regime comunista chinês, mais de 80 milhões de chineses sofreram mortes não naturais.

A campanha do ex-líder do Partido Comunista, Jiang Zemin, para erradicar a disciplina espiritual do Falun Dafa foi a mais terrível, disse Wang. A importância do fato de que 300 milhões de chineses renunciaram ao PCC é que ela representa “uma declaração a toda a humanidade de que o povo está despertando e se opondo à perseguição do PCC contra o Falun Dafa.”

Desde 1999, o regime chinês baniu o Falun Dafa, também conhecido como Falun Gong, prática de meditação baseada nos princípios Verdade – Benevolência – Tolerância. Jiang lançou a perseguição por acreditar que a enorme popularidade do grupo enfraqueceria a autoridade do Partido. Em 1999 havia aproximadamente 100 milhões de adeptos do Falun Dafa, de acordo com mídias ocidentais que citam números oficiais chineses.

Praticantes do Falun Dafa participam de desfile em Hong Kong em comemoração às 300 milhões de renúncias ao Partido Comunista Chinês, em 18 de março de 2018 (Song Bilong/Epoch Times)
Praticantes do Falun Dafa participam de desfile em Hong Kong em comemoração às 300 milhões de renúncias ao Partido Comunista Chinês, em 18 de março de 2018 (Song Bilong/Epoch Times)

Jiang mobilizou o aparato de segurança estatal para prender e encarcerar os praticantes e inclusive criou um órgão extrajudicial chamado “Escritório 610” para realizar essa tarefa. Foi confirmado que mais de 4.000 adeptos morreram em consequência de torturas e abusos durante suas detenções. Acredita-se que o número real é muito maior devido à dificuldade de extrair informações do país, afirma o Centro de Informação do Falun Dafa.

Além disso, investigadores relataram que muitos praticantes foram mortos e que seus órgãos foram extraídos para venda no mercado de transplantes de órgãos em expansão na China.

Muitas figuras políticas de Hong Kong deixaram mensagens de áudio. O presidente do Partido Democrata de Hong Kong, Wu Chi-wai, que também é membro do Conselho Legislativo, disse que o fato de que 300 milhões de pessoas renunciaram às organizações do PCC reflete a insatisfação do povo com o regime autoritário. Ele recomendou que as pessoas leiam a série editorial do Epoch Times chamada “Nove Comentários Sobre o Partido Comunista Chinês,” ressaltando que a obra proporciona uma chance para que os povos aprendam sobre a verdadeira natureza do PCC.

A inspiração para iniciar o Tuidang, movimento de “renúncia ao Partido”, é atribuída ao lançamento da série editorial dos Nove Comentários em 2004.

“O Partido Comunista se corrompeu profundamente”, disse Han Lianshan, porta-voz da Liga de Defesa das Liberdades de Hong Kong. “Nós não podemos mais permanecer calados sobre a repressão do PCC contra o povo de Hong Kong e da China.”

Antes do retorno de Hong Kong à soberania chinesa em 1997, a cidade desfrutava de uma relativa independência política, legal e econômica como colônia britânica. Com a Declaração Conjunta Sino-Britânica, os dois países concordaram que Hong Kong continuaria a ter tais liberdades após 1997 sob o princípio de “um país, dois sistemas”.

Como resultado, os praticantes do Falun Dafa em Hong Kong são livres para praticar a meditação pacífica e organizar atividades.

No entanto, desde o retorno, o PCC tem exercido cada vez mais influência nos assuntos de Hong Kong, realizando ataques à liberdade de imprensa e mesmo aprisionando ativistas democráticos.

Participantes de desfile carregam bandeira que diz: "Os céus protegerão a terra da China. Os céus irão eliminar o Partido Comunista Chinês " (Song Bilong/Epoch Times)
Participantes de desfile carregam bandeira que diz: “Os céus protegerão a terra da China. Os céus irão eliminar o Partido Comunista Chinês ” (Song Bilong/Epoch Times)

Luo Yu, filho de Luo Ruiqing, ex-general do Exército Popular de Libertação, também manifestou seu apoio ao movimento Tuidang, chamando todos aqueles “com consciência” para que renunciem ao Partido.

O desfile começou à tarde no Parque King’s Road, em North Point, e terminou no Gabinete de Ligação, quartel-general das autoridades da China Continental que supervisionam os assuntos de Hong Kong. O desfile chamou a atenção de muitos cidadãos da cidade e turistas chineses, que pararam para assistir e tirar fotos.

Um cidadão de Hong Kong de nome Li disse que era lamentável que o PCC tenha mantido os cidadãos em ignorância ao difamar e atacar o Falun Dafa.

Liu, da cidade de Shenzhen, no sudeste da China, disse que era a primeira vez que ele assistia a um desfile do Falun Dafa, acrescentando que ficou surpreso ao ver tantos adeptos praticando sua fé abertamente. Ele disse que apoia os praticantes do Falun Dafa no exercício de sua liberdade de crença, algo que a Constituição chinesa deveria garantir aos seus cidadãos.

“Verdade, Benevolência e Tolerância são certamente bons atributos”, disse Liu.