Um homem de Brisbane que voltou recentemente da China central com sintomas de gripe foi isolado enquanto as autoridades de saúde verificam se ele contraiu uma nova cepa de coronavírus.
O homem, que viajou para Wuhan de férias com a família, passará por mais testes para o vírus enquanto se recupera em casa, disse a diretora de saúde de Queensland, Jeannette Young.
Acredita-se que Wuhan seja o epicentro do coronavírus. A Organização Mundial da Saúde começou a responder a casos na região em 31 de dezembro.
Young disse que as autoridades aguardavam uma “primeira manifestação” da OMS, o que lhes permitiria confirmar que se tratava de coronavírus.
O homem retornou da cidade na província de Hubei com problemas respiratórios, disse um porta-voz da Queensland Health em um comunicado.
“Como o homem viajou para Wuhan, o coronavírus é uma das condições pelas quais ele está sendo testado”, explicou. “O homem permanecerá isolado até que seus sintomas sejam sanados”.
O porta-voz e Young exortaram qualquer pessoa que retornasse da China com sintomas respiratórios a visitar seu médico imediatamente.
As autoridades de saúde esperam confirmar se o homem foi infectado com coronavírus dentro de dias, informou o Courier-Mail. Se os resultados dos testes mostrarem que ele contraiu o vírus, o homem se tornará o primeiro australiano conhecido a ter sido infectado.
A Austrália elevou seu conselho de viagem para Wuhan para o nível dois, dizendo às pessoas para “exercerem um alto grau de cautela”.
O diretor médico da Austrália, Brendan Murphy, garantiu que o risco para o público da nação é baixo.
“Mesmo assim, precisamos manter uma vigilância preventiva e ativa da situação”, disse Murphy a repórteres em Canberra em 21 de janeiro.
No entanto, como parte de medidas preventivas, Murphy disse que os vôos diretos que chegam a Sydney a partir de Wuhan serão rastreados pela biossegurança a partir de 23 de janeiro. Há três voos diretos por semana de Wuhan para Sydney.
As informações serão exibidas em todos os outros pontos de entrada na Austrália para alertar as pessoas que desenvolverem sintomas a procurar atendimento médico urgente.
“Eles fornecerão a todos os passageiros um panfleto informativo em inglês e mandarim, descrevendo os sintomas que esta doença pode apresentar e pedindo que se identifiquem na fronteira”, disse Murphy.
“Se alguém tiver febre ou suspeitar que possa ter essa doença, e se houver suspeita de ter essa condição, a New South Wales Health fará o acompanhamento de acordo com nossos protocolos normais de segurança e biossegurança nas fronteiras.
“E, obviamente, faremos algumas comunicações específicas na mídia chinesa para atingir a população de língua chinesa, que é claramente de interesse significativo para nós”.
A China, em 20 de janeiro, admitiu que a doença poderia ser transmitida de um ser humano para outro, criando preocupações de que a doença já tenha se espalhado amplamente pelo país.
Enquanto isso, um terceiro país fora da China, Coreia do Sul, confirmou um caso de infecção.
À medida que o feriado do Ano Novo Lunar se aproximou – caiu em 25 de janeiro deste ano -, esperava-se que milhões de chineses retornassem a suas cidades natal para festividades e viajem para o exterior para férias. Dados oficiais mostram que cerca de 3 bilhões de viagens ocorrem todos os anos durante o novo ano.
Zeng Guang, o principal especialista em epidemiologia do Centro de Controle e Prevenção de Doenças da China, alertou os chineses para não viajarem para Wuhan e para os residentes de Wuhan evitarem deixar a cidade.
“O Ano Novo Lunar é um fator-chave no movimento de pessoas. Essa é a nossa sugestão de especialistas”, disse ele em entrevista coletiva em Pequim, no dia 20 de janeiro.
Os coronavírus são uma família de vírus que causam doenças que variam do resfriado comum à SARS, ou síndrome respiratória aguda grave.
O sintoma mais comum do vírus é febre alta. No entanto, outros sintomas incluem falta de ar, dor de garganta e tosse. Casos graves de infecção podem causar pneumonia, síndrome respiratória aguda grave, insuficiência renal e até morte, de acordo com a OMS.
Como o vírus tem um período de incubação de sete dias, os sintomas podem não ser imediatamente percebidos.
A OMS anunciou no Twitter em 19 de janeiro que “uma fonte animal parece ser a fonte primária mais provável desse novo surto de coronavírus (2019-nCoV)”.
As autoridades chinesas vincularam o surto a um mercado de alimentos frescos em Wuhan, onde foram vendidos animais silvestres e frutos do mar.
Gao Fu, diretor do Centro de Controle e Prevenção de Doenças da China, disse que o vírus provavelmente se originou de animais selvagens e sofreu uma mutação depois de ser transferido para seres humanos e se tornou contagioso entre os seres humanos.
Nicole Hao e a Australian Associated Press contribuíram para esta reportagem.
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