Por Frank Yue
Cinco organizações não governamentais (ONGs) estão planejando realizar webinars sobre o combate aos transplantes de órgãos de detidos sem seu consentimento, principalmente de praticantes do Falun Gong. O evento será realizado na mesma época em que ocorrerá a Assembleia Geral da ONU em setembro.
A Cúpula Mundial de Combate e Prevenção da Extraçāo Forçada de Órgãos está programada para realizar seis webinars em dois fins de semana consecutivos. A primeira sessão começará no dia 17 de setembro. As discussões abordarão o assunto sob a perspectiva da medicina, perspectiva jurídica, direitos humanos, política, mídia e impacto social.
São esperados 35 palestrantes convidados, incluindo especialistas médicos e jurídicos, professores, conselheiros e jornalistas de 19 países, incluindo as Américas, a Europa e o Leste Asiático.
O objetivo é “fornecer à comunidade internacional e global conclusões e avaliações objetivas sobre a extração forçada de órgãos de pessoas vivas e sem consentimento”, escreveram os organizadores em seu site.
“Por mais de duas décadas, o Partido Comunista Chinês mobilizou todo o aparato estatal para monetizar os corpos daqueles considerados indesejáveis e transformar profissionais médicos em algozes”. Os organizadores afirmam que as principais vítimas são os praticantes do Falun Gong, também conhecido como Falun Dafa, que são encarcerados como prisioneiros de consciência e “mortos sob demanda por seus órgãos”.
O principal promotor do evento é o Médicos Contra a Extraçāo Forçada de Órgãos. Os outros quatro co-organizadores são a Europa CAP Freedom of Conscience, a Transplant Tourism Research Association, a Korea Association for Ethical Organ Transplants (Ethical Organ Transplants) e a Taiwan Association for International Care of Organ Transplants.
Além disso, existe a Organização Mundial para Investigar a Perseguição ao Falun Gong, uma organização sem fins lucrativos com sede em Nova Iorque que coletou dados relacionados à extração de órgãos na China. Seu site exibe um vasto corpo de evidências em primeira mão – gravações telefônicas, tabelas de dados e relatórios – sobre essa prática disseminada e secreta.
A extração de órgãos vivos continua sendo um assunto tabu na China e poucos se atrevem a relatá-lo. No entanto, existem exceções, embora em pequenos números e usando um pseudônimo em certas ocasiões. Em 20 de abril de 2006, os denunciantes Annie e Peter (nomes fictícios) apresentaram seus insights em uma coletiva de imprensa em Washington, D.C.
Annie disse que seu ex-marido, o neurocirurgião do Hospital Provincial de Trombose de Liaoning, extraiu córneas de praticantes do Falun Dafa vivos e que os corpos das vítimas foram jogados em incineradores após a cirurgia, às vezes enquanto ainda estavam vivos. Peter, um ex-jornalista chinês, deu detalhes sobre um centro de detenção em Sujiatun, onde órgãos foram extraídos de praticantes do Falun Dafa enquanto eles ainda estavam vivos.
Em 2 de outubro de 2016, um denunciante, usando seu nome real, Lu Shuheng, falou na estação de rádio chinesa Vozes da Esperança e afirmou que seu parente Zhou Qing, diretor do Wanping Hospital em Xangai, estava envolvido na extração forçada de órgãos na China.
Lu disse que ficou sabendo sobre os detalhes chocantes da prática ilegal durante uma viagem à sua China natal em 2002, conversando com Zhou e seu marido, Mao Shuping, uma figura poderosa que pertencia ao sistema prisional local.
No entanto, os detalhes fornecidos por Lu não foram divulgados para sua segurança até quatro anos depois, em 29 de dezembro de 2020.
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