General da Força Espacial adverte que a China avança em capacidade com dobro da velocidade dos EUA

EUA está agora em uma 'competição estratégica com a China' em muitas áreas do espaço, afirma general

07/12/2021 17:24 Atualizado: 07/12/2021 17:24

Por Frank Fang

A China poderia ultrapassar os Estados Unidos em termos de capacidade espacial até 2030 se o país não acelerar seu desenvolvimento, advertiu o General David Thompson, vice chefe de operações espaciais da Força Espacial dos EUA.

“O fato é que, em média, eles estão construindo, implantando e atualizando suas capacidades espaciais com o dobro da nossa velocidade”, afirmou Thompson durante um painel de discussão no Reagan National Defense Forum, na Califórnia, no dia 4 de dezembro.

“Se não começarmos a acelerar nossos recursos de desenvolvimento e entrega, eles vão nos ultrapassar e 2030 não é uma estimativa pouco razoável.”

Thompson acrescentou que os Estados Unidos estão agora em uma “competição estratégica com a China” em muitas áreas do espaço.

“Não tenho dúvidas de que somos totalmente capazes de ter sucesso nesta competição”, acrescentou.

Não é a primeira vez que um funcionário do Pentágono adverte sobre o avanço da China quanto às suas capacidades espaciais.

O secretário da Força Aérea dos Estados Unidos, Frank Kendall, alertou em setembro, que a China tem potencial para atacar alvos terrestres do espaço e que Pequim poderia aplicar um conceito da era soviética chamado de “sistema de bombardeio orbital fracionário” para orientar suas operações, mísseis e evitar sistemas de defesa antimísseis.

Durante a Guerra Fria, a União Soviética desenvolveu o sistema de lançamento de mísseis de ogivas nucleares em órbitas baixas da Terra antes de atingir alvos nos Estados Unidos.

Em abril, o General do Exército, James Dickinson, comandante do Comando Espacial dos EUA, explicou em uma audiência no Senado (pdf) como os satélites dos EUA podem ser vulneráveis ​​às tecnologias espaciais da China.

Uma das ameaças em particular era um satélite chinês chamado Shijian-17, com um braço robótico gigantesco, que poderia ser “usado em um futuro sistema de captura de outros satélites”, afirmou Dickinson.

“A China também possui vários sistemas de laser terrestre de vários níveis de potência que podem cegar ou danificar os sistemas de satélite”, acrescentou.

De acordo com o general, “a China tentará colocar em risco os ativos espaciais dos EUA enquanto usa suas próprias capacidades espaciais para apoiar seus objetivos militares e metas gerais de segurança nacional”.

O Pentágono, em seu relatório anual ao Congresso, divulgado em novembro, também destacou as capacidades espaciais e anti-espaciais da China.

“A República Popular da China continua desenvolvendo capacidades anti-espaciais – incluindo ascensão direta, co-orbital, guerra eletrônica e capacidades de energia dirigida – que podem desafiar ou negar o acesso e as operações de um adversário na arena espacial durante uma crise ou conflito”, indicou o relatório.

Uma das tecnologias espaciais operacionais no arsenal da China é um míssil antissatélite baseado em terra (ASAT), acrescentou o documento. Em janeiro de 2007, a China disparou um míssil antissatélite contra um de seus satélites meteorológicos adormecidos, gerando preocupação internacional.

“A China provavelmente pretende procurar outras armas ASAT capazes de destruir satélites até a órbita geossíncrona da Terra”, afirma o relatório.

Também durante o painel de discussão, Thompson afirmou não estar surpreso com o suposto teste de armas hipersônicas da China durante o verão, acrescentando que o teste foi preocupante.

A China supostamente testou duas armas hipersônicas neste verão, de acordo com reportagens do Financial Times. O regime chinês, por sua vez, negou que os testes tivessem ocorrido.

O primeiro teste consistiu no lançamento de um foguete na órbita baixa da Terra com um veículo planador hipersônico (HGV) com capacidade nuclear, antes de lançar dois mísseis aéreos na atmosfera. Os detalhes do segundo teste não foram relatados.

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