Por EFE
Roma, 6 abr – Os sindicatos dos funcionários públicos do setor de saúde da Itália estão preparando uma “paralisação virtual”, em protesto contra a falta de medidas de proteção para aqueles que atendem pacientes diagnosticados ou suspeitos de Covid-19, a doença provocada pelo novo coronavírus.
A categoria já entrou em estado de mobilização, segundo aponta nota divulgada pelo sindicato, após inúmeras mensagens enviadas ao governo e ao parlamento do país. Ao todo, 87 profissionais de saúde morreram após terem contato com infectados.
“Nos vemos obrigados, contra nossa vontade, a proclamar estado de mobilização nas categorias representadas, sem excluir a possibilidade de deflagração de um dia de protesto nacional, para ser implementado de forma ‘virtual’, ou seja, garantindo a execução regular do trabalho”, diz o texto.
A Federação de Colégios Médicos da Itália (Fnomceo) é a responsável por coletar dados sobre os profissionais afetados pelo novo coronavírus. É a entidade a contabilização de 87 mortos no setor.
O Instituto Superior de Saúde, órgão vinculado ao governo, por sua vez, aponta que 12.252 pessoas que atuam no setor estão infectadas.
Os sindicatos vêm cobrando que todos os funcionários usem, pelo menos, máscaras do tipo FFP2 para se aproximarem de pacientes com a Covid-19, e do tipo FFP3 para acesso às unidades de terapia intensiva.
Além disso, pedem que seja modificado um ponto de um decreto do governo que exclui os funcionários da saúde e dos serviços públicos essenciais da aplicação da medida de quarentena com observação ativa, em caso de contatos próximos.
Em toda a Itália, mais de 15 mil pessoas morreram em decorrência da infecção pelo novo coronavírus. O número de casos é de quase 129 mil, de acordo com boletim mais recente.