Por Olivia Li
Um foguete chinês que transportava um satélite de comunicações indonésio não conseguiu orbitar em 9 de abril, sendo este o segundo fracasso da agência espacial chinesa em menos de um mês, segundo a agência estatal chinesa Xinhua News Agency.
O foguete carregava o Palapa-N1, um satélite de última geração para comunicações de banda larga e transmissão. O lançamento ocorreu às 19:46, horário local, no Xichang Satellite Launch Center, no sudoeste da China. O primeiro e o segundo estágio do lançamento em três estágios pareciam ter um bom desempenho. Mas o foguete funcionou mal quando estava alto no céu durante o terceiro estágio, destruindo o satélite indonésio.
Em 16 de março, um foguete Longa Marcha 7A não conseguiu lançar um satélite classificado em órbita durante um vôo de teste de estreia do Centro de Lançamento de Satélites Wenchang, no sul da China, segundo a Xinhua.
Um internauta chinês afirmou que os destroços do foguete e do satélite foram encontrados perto de sua aldeia em Xichang. No vídeo que ele postou, um homem foi ouvido tirando sarro do fracasso. Ele gritou: “Reciclagem de lixo! Ferro e cobre para reciclagem”.
A restrição da exportação de chips pelos Estados Unidos como resultado da guerra comercial teve um grande impacto no desenvolvimento da tecnologia militar da China.
Li Zhengxiu, especialista militar da National Policy Research Foundation de Taiwan, disse à Radio Free Asia em 10 de abril que o desenvolvimento da tecnologia de foguetes na China costumava depender completamente de chips importados dos Estados Unidos.
Li alertou que, se a China continuar tentando desenvolver tecnologias militares, como foguetes, com seus próprios chips, trará conseqüências desastrosas. Ele acredita que os Estados Unidos têm a mais avançada tecnologia de chips.
Os controles de exportação dos EUA visam impedir a China de obter tecnologia avançada dos EUA para fins comerciais e desviá-la para uso militar, informou a Reuters em 6 de abril.
A maioria dos fabricantes de chips depende de equipamentos produzidos por empresas americanas como KLA, Lam Research e Applied Materials, de acordo com um relatório de 2019 da Everbright Securities da China.
“Não existe uma linha de produção na China que use apenas equipamentos fabricados na China, por isso é muito difícil fabricar chipsets sem o equipamento dos EUA”, escreveu Everbright.