Filme premiado adverte sobre invasão da propaganda comunista no Ocidente

PCC exporta sua propaganda para o Ocidente e proibe a discussão das ideologias ocidentais e da democracia nas salas de aula chinesas

26/12/2018 22:55 Atualizado: 26/12/2018 23:35

Por Epoch Times, Equipe da Austrália

O premiado documentário In The Name of Confucius (Em Nome de Confúcio) estreou na Austrália Ocidental, mais precisamente na biblioteca do estado no início de dezembro. O filme explora a controvérsia em torno da operação dos Institutos Confúcio e salas de aula administradas pela China que estão operando em universidades e escolas australianas sob o pretexto de ensinar o idioma e a cultura chinesa.

A exibição foi organizada por um painel que incluiu a atriz principal do documentário, a Miss Mundo Canadá 2015 Anastasia (Yefan) Lin. Tendo crescido na China, Lin disse estar muito familiarizada com a distorção e mentiras do Partido Comunista Chinês (PCC) e não quer vê-las sendo exportadas para o Ocidente.

Outros palestrantes incluíram o ex-MLA Peter Abetz e o Dr. Wai-Ling Yeung, ex-chefe de Estudos Chineses da Curtin University.

Documentário expõe abuso de direitos humanos

No documentário, Lin interpreta Sonia Zhao, que é recrutada como professora por um Instituto Confúcio (IC) na China para ser enviada ao Canadá para ensinar em uma de suas instalações. Durante seu treinamento na China, Zhao é instruída a evitar tópicos como o massacre da Praça Tiananmen, o Tibete e Falun Gong na sala de aula.

O filme explora como a rede do IC e do PCC ampliou ativamente a perseguição do PCC a grupos como o Falun Gong, estipulando que seus membros não podem obter emprego no IC. Também explora como o IC infunde a propaganda comunista no programa de ensino, como as canções infantis que louvam o PCC e são ensinadas às crianças.

Enquanto o PCC tem tendado exportar sua propaganda para o Ocidente ele tem, ao mesmo tempo, proibido a discussão das ideologias ocidentais e da democracia nas salas de aula chinesas, disse Lin. Isso não é apenas nas universidades, mas também nas escolas de ensino fundamental e médio, acrescentou.

Repórter, colunista político e educador por 30 anos, Joseph Poprzeczny disse que os ICs são parte de uma “trama sinistra … usada por Pequim contra o povo australiano e também contra o povo chinês denegrindo, na verdade, sua própria tradição”.

Joseph Poprzeczny na exibição de In The Name of Confucius (Em Nome de Confúcio) na Biblioteca Estadual da Austrália Ocidental, em 8 de dezembro de 2018 (The Epoch Times)

Poprzeczny, que estava na plateia, disse que assistir In the Name of Confucius foi muito esclarecedor. “Eu sempre suspeitei que o Instituto Confúcio tivesse o que eu chamo de agenda oculta; um objetivo secreto”, disse ele.

Ação para bloquear os Institutos Confucius

Em Nome de Confúcio segue a história da deserção de Zhao e sua queixa ao Tribunal de Direitos Humanos de Ontário sobre os critérios discriminatórios de contratação do instituto. Suas ações levaram ao fechamendo de um IC em primeira instância em um campus universitário norte-americano.

A história chega a um momento decisivo com o cancelamento dos planos do Toronto District School Board para o maior Instituto Confúcio do mundo. Protestos de pais e residentes locais alimentaram audiências públicas e debates, culminando na decisão do Conselho de abortar a instalação planejada do IC.

A Universidade da Austrália Ocidental (UWA) é a única universidade do estado a abrigar um Instituto Confúcio. Nas escolas desse estado, no entanto, existem mais de 40 salas de aula Confúcio em operação, de acordo com o site da UWA.

Poprzeczny, que atuou como diretor de pesquisa da Câmara de Comércio de Perth, disse que é necessário expor constantemente as verdadeiras intenções do PCC através de seus braços de poder brandos, como os Institutos Confúcio, para conter sua penetração nas sociedades democráticas ocidentais.

“Acredito que eles têm um contrato secreto que nunca foi exposto”, disse Poprzeczny, referindo-se às alegadas partes clandestinas de contratos comerciais feitos entre ICs e universidades ocidentais que nunca são tornados públicos.

“Eu gostaria de expor [esse contrato secreto]”, acrescentou.

Este artigo foi relatado pela primeira vez na edição chinesa do Epoch Times pelo repórter do Epoch Times, Guan Youlan.