Por Nicole Hao, Epoch Times
A Interpol confirmou que Meng Hongwei, desaparecido desde seu recente retorno à China, renunciou ao cargo de presidente da agência internacional de polícia. Por seu turno, o regime chinês anunciou que Meng está sob investigação.
O Partido Comunista Chinês (PCC) pode ter retirado Meng da Europa para evitar um incidente similar ao de 2012, quando o chefe da polícia municipal de Chongqing, Wang Lijun, fugiu para o consulado dos Estados Unidos em Chengdu, onde entregou informações confidenciais para autoridades norte-americanas.
Meng, de 64 anos, foi vice-ministro de Segurança Pública da China até 7 de outubro e presidente da Interpol desde novembro de 2016. Ele morava com a família em Lyon, na França, onde fica a sede da Interpol. A esposa de Meng, Grace Meng, permanece na França com seus dois filhos.
Em 7 de outubro, a Comissão Nacional de Supervisão da China, agência estatal que investiga corrupção e deslealdade política, publicou um anúncio na Internet dizendo que “Meng Hongwei, vice-ministro de segurança pública, é suspeito de violar a lei e ele está atualmente sob vigilância e investigação”.
Em 8 de outubro, o ministro da Segurança Pública Zhao Kezhi convocou uma reunião de policiais graduados em Pequim, onde enfatizou a necessidade de “eliminar completamente a influência perniciosa de Zhou Yongkang”, referindo-se a um poderoso oficial do PCC que foi expurgado do partido em 2014.
Meng era cúmplice de Zhou Yongkang?
Antes de seu expurgo em 2014, Zhou foi o terceiro oficial mais poderoso do regime chinês. Sua autoridade chegou aos tribunais, procuradores, forças policiais, tropas paramilitares e agências de inteligência chinesas.
Zhou é associado ao ex-membro do Politburo e líder do Partido em Chongqing, Bo Xilai, bem como a seus partidários: o político aposentado Zeng Qinghong e o ex-chefe do Partido, Jiang Zemin.
Em fevereiro de 2012, Wang Lijun fugiu para o consulado dos Estados Unidos na cidade de Chengdu, onde, segundo analistas, revelou detalhes de um golpe planejado por Zhou, Bo e Zeng para derrubar o atual presidente Xi Jinping. Após o julgamento de Bo em 2013, Zhou foi colocado sob investigação em 2014 e condenado à prisão perpétua em junho do ano seguinte.
Vários meios de comunicação em chinês relataram que Meng tinha um relacionamento próximo com Zhou. Em 2014, quando Zhou foi ministro da Segurança Pública, ele promoveu Meng para se tornar seu vice-ministro, fazendo dele um assistente-chave.
A declaração do atual ministro da Segurança Pública, Zhao Kezhi, em seu comunicado de 8 de outubro pedindo a eliminação da influência de Zhou, parece referir-se aos elos entre Meng e Zhou.
Meios de comunicação chineses no exterior sugeriram que o regime chinês estava com pressa de repatriar Meng para impedi-lo de revelar segredos comprometedores, como Wang fez em 2012.
Não está claro se Meng passou algum material confidencial à sua esposa, ou se ela iria usá-lo como moeda de barganha em troca da segurança de seu marido e família.