Pela segunda vez, um jardim de infância chinês administrado pela empresa RYB Education New World está sendo investigado por abuso de crianças, desta vez com alegações de funcionários injetando crianças com substâncias desconhecidas e forçando-os a ingerir pílulas brancas e a se despirem para “verificações de saúde” por homens nus.
A empresa RYB, com sede em Pequim e Nova York, tem Joel Getz como diretor independente. Joel Getz foi presidente do Fundo para o Avanço da Cidade de Nova York e é o ex-diretor de desenvolvimento da Fundação Clinton.
Na Fundação Clinton, Getz dirigiu suas “iniciativas internacionais de desenvolvimento de caridade, educação e desenvolvimento econômico”, de acordo com seu perfil da Yale, e “foi fundamental na criação de uma operação de desenvolvimento formal para a Fundação Clinton, que arrecadou mais de US$ 135 milhões anualmente”.
A RYB anunciou um programa de reaquisição de seus títulos no mercado de ações no valor de US$ 50 milhões em 24 de novembro, observando que a polícia de Pequim estava investigando alegações de “conduta seriamente imprópria no jardim de infância” e disse que forneceu cenas de vigilância da escola às autoridades.
A empresa também anunciou que estabeleceu sua própria “força-tarefa especial” sob a coordenação de diretores independentes para “realizar uma autofiscalização completa em todas as suas instalações de ensino”.
A polícia de Pequim está investigando as alegações de que as crianças teriam sido “sexualmente molestadas, perfuradas por agulhas e dadas pílulas não identificadas”, de acordo com a Reuters, que citou reportagens da agência estatal de notícias Xinhua.
Pelo menos duas mulheres foram detidas pela polícia, e a RYB suspendeu vários professores, de acordo com a Reuters.
A RYB já despediu uma professora de 22 anos chamada Liu, que foi detida pela polícia local, segundo a Reuters. Vários outros professores foram suspensos e, em 24 de novembro, as ações da RYB caíram 38,4%.
As acusações se assemelham a um caso anterior de abuso descoberto numa escola da RYB em Siping, onde dois professores foram julgados culpados num tribunal da província de Jilin em 2015 por abusar de crianças de jardim de infância.
O caso de 2015 tem uma semelhança impressionante com o caso atual. A Reuters citou documentos judiciais dizendo que os funcionários “em várias ocasiões usaram agulhas e táticas de intimidação para abusar de muitas das crianças sob seus cuidados”.
No caso atual, pais encontraram marcas de agulha em pelo menos oito crianças pequenas. De acordo com a Caixin, uma mídia baseada em Pequim, uma mãe disse que encontrou marcas de agulha nos braços, nádegas e testa da filha.
A polícia de Guanzhuang disse que os exames médicos confirmaram que as lesões foram causadas por agulhas, de acordo com a Caixin, e a polícia ainda está investigando alegações de crianças que foram forçadas a ingerir “comprimidos brancos e um xarope marrom” desconhecidos.
Outro pai disse a Caixin que “estudantes desobedientes também foram forçados a ficar nus ou foram trancados num quarto escuro no jardim de infância”.
As alegações de abuso foram relacionadas a duas classes de aula, com cerca de 25 crianças em cada. As crianças têm entre 2 e 6 anos de idade.
De acordo com o Los Angeles Times, um dos pais contou que seu filho disse a ela que um homem nu, ou homens, que as crianças chamavam de “tio-doutor” ou “vovô-médico”, faria um “exame de saúde” neles depois que as crianças foram forçadas a se despirem. As crianças também foram supostamente coagidas a não contarem a ninguém sobre os abusos, sob a ameaça de que os perpetradores teriam um “telescópio muito longo” que lhes permitia vigiar as crianças, mesmo em suas casas.