Ex-engenheiro da Rolls-Royce é suspeito de passar tecnologia do jato F-35 para China

Regime chinês tem vasto histórico de roubo de tecnologia militar

29/06/2018 15:33 Atualizado: 29/06/2018 15:33

Por Epoch Times

Ex-engenheiro da multinacional britânica Rolls-Royce foi preso em 12 de junho por supostamente ter transmitido segredos militares para a China.

Bryn Jones, ex-chefe técnico em combustão empregado da Rolls-Royce de 1968 a 1996, foi preso em sua residência no Reino Unido, segundo reportagem do jornal britânico The Sun. Jones é suspeito de entregar informações importantes relacionadas a uma nova compra de jatos de combate Royal Air Force F-35, custando 100 milhões de libras cada um (US$ 132,7 milhões).

O engenheiro de 73 anos de idade foi preso depois que a agência britânica de informações (ou inteligência) de segurança interna e contraespionagem MI5 recebeu um relatório indicando que informação sigilosa teria sido passada para Pequim. A partir de então, ele foi liberado sob investigação.

Jones é atualmente professor visitante de combustão de turbinas a gás na Universidade Aeronáutica da cidade de Xi’an, província de Shaanxi, de acordo com o The Sun.

A tecnologia desenvolvida pela Rolls-Royce está por trás do sistema de elevação do F-35, que permite que ele fique suspenso no ar e pouse verticalmente em um porta-aviões.

A polícia britânica confirmou em 14 de junho que um homem tinha sido preso em conexão com a investigação sob a lei de segredos oficiais, uma lei britânica contra espionagem. As autoridades confiscaram computadores e pendrives da casa de Jones.

A polícia também está averiguando se alguma outra informação relacionada aos contratos de defesa do Rolls-Royce foi colocada em risco, segundo o The Sun.

A empresa britânica é uma das maiores na área de aviação de defesa e fabricante de motores de aeronaves.

Desenvolvido pela fabricante de produtos aeroespaciais de defesa dos Estados Unidos, a Lockheed Martin, o jato F-35 está entre os programas de armamento mais caros da história, com um valor aproximado de 400 bilhões de dólares, segundo o Departamento de Defesa norte-americano.

Conforme informado pela Lockheed Martin, cerca de 15% do valor de cada F-35 — avião que conta com uma frota mundial que a empresa planeja expandir para mais de 3.000 — é fabricado no Reino Unido.

O supersônico F-35 usa tecnologia que impede que ele seja detectado pelos radares e permite que os pilotos comandem ataques eletronicamente.

O Reino Unido planeja comprar 138 destes jatos F-35, conforme divulgado pelo jornal britânico The Telegraph.

O regime chinês tem uma história de roubo de tecnologia militar. Acredita-se amplamente que o avião de combate da força aérea chinesa J-20 é uma cópia do F-35. Em 2014, Su bin, cidadão chinês, confessou-se culpado de conspirar com oficiais militares chineses para roubar informações sobre o design e a tecnologia de fabricação do F-35 e de outros aviões norte-americanos. Su ajudou hackers militares a acessar a rede de computadores de grandes empreiteiras do ramo de defesa dos Estados Unidos, como por exemplo a Boeing. Em 2016, ele foi sentenciado a 46 meses em uma prisão federal.

Em 2008, o regime chinês adquiriu a empresa tecnológica britânica Dynex Semicondutores através de uma empresa estatal. Dynex fabrica um chip avançado que facilita o lançamento de uma aeronave a partir do deck de um porta-aviões, utilizando tecnologia eletromagnética. A força naval chinesa emprega agora esta mesma tecnologia.