Ex-chefe do Partido Comunista da província de Shaanxi é investigado por corrupção na China

Esse tipo de investigação faz as autoridades chinesas corruptas tremerem desde 2012, quando o líder Xi Jinping assumiu o poder e lançou uma vigorosa campanha contra a corrupção

20/01/2019 12:44 Atualizado: 20/01/2019 12:44

Por Annie Wu, Epoch Times

O órgão anticorrupção do regime chinês começou a investigar o ex-líder do Partido da província central de Shaanxi.

Esse tipo de investigação faz as autoridades chinesas corruptas tremerem desde 2012, quando o líder Xi Jinping assumiu o poder e lançou uma vigorosa campanha contra a corrupção, visando em geral os membros de uma facção de oposição que é leal ao ex-chefe do Partido, Jiang Zemin.

Corrupção

Em 16 de janeiro, a Comissão Central de Inspeção Disciplinar (CCID) publicou em seu site que Zhao Zhengyong (67), que serviu como chefe do Partido Comunista no nível provincial entre 2013 e 2016, é acusado de “sérias violações da disciplina e da lei “.

Alega-se que Zhao não teria cumprido seis instruções dadas por Xi no início de 2014 sobre a construção ilegal de mansões em Shaanxi, de acordo com publicação do jornal Caixin.

Um documentário de televisão do canal estatal chinês lançado na semana passada mostra imagens do complexo de residências reduzidas a escombros, e repetidamente critica o líder provincial de Shaanxi na época, sem nomeá-lo.

Zhao também enfrenta uma ação civil por se intrometer em uma disputa de mineração de carvão. A este respeito, o apresentador de televisão Cui Yongyuan disse no site que o Supremo Tribunal Popular da China tinha perdido um documento crucial, o que causou polêmica e levou a uma investigação do fato pela Comissão Central de Assuntos Legais e Políticos.

A matéria do Caixin também explica que Zhao era próximo de Wei Minzhou, chefe do Partido encarregado da cidade de Xi’an, uma metrópole dentro de Shaanxi conhecida como a casa dos antigos guerreiros de terracota. Wei pagava subornos frequentes a Zhao para obter favores.

Wei, por sua vez, tinha ligações com Ling Jihua, ex-conselheiro político. Ling é uma figura central na facção de Jiang e foi condenado à prisão perpétua em 2016.

Em novembro de 2018, o próprio Wei também foi condenado à prisão perpétua por acusações de corrupção.

Crimes contra a humanidade

No entanto, o regime chinês não mencionou os crimes mais sombrios de Zhao.

De acordo com investigação da Organização Mundial para Investigar a Perseguição ao Falun Gong (WOIPFG, na sigla em inglês), sediada nos Estados Unidos, Zhao foi uma figura chave na campanha nacional de Jiang para perseguir os adeptos da prática espiritual do Falun Gong, também conhecido como Falun Dafa.

Jiang começou a perseguir o Falun Dafa em julho de 1999, em meio à crescente popularidade da prática, temendo que seu grande número de seguidores (cerca de 100 milhões na época, segundo estimativas oficiais) fosse uma ameaça à sua autoridade. Desde então, estima-se que centenas de milhares tenham sido mantidos em prisões, campos de trabalhos forçados e centros de lavagem cerebral na China, onde muitos são torturados e mortos.

De acordo com Minghui.org, site sediado nos Estados Unidos que informa sobre a perseguição ao Falun Gong na China, foi confirmado que 4.276 praticantes morreram como resultado da perseguição, embora o número real seja provavelmente maior devido à dificuldade de obter informações fora da China.

Entre 2000 e 2005, enquanto servia como secretário do Partido nos escritórios locais do Comitê de Assuntos Políticos e Legais nas províncias de Anhui e Shaanxi, Zhao supervisionou a perseguição de praticantes locais do Falun Dafa, incluindo prisões, disseminação de propaganda para difamar a prática e campanhas para confiscar e destruir os livros dos ensinamentos da disciplina, de acordo com WOIPFG.

Naquela época, a comissão era a agência de segurança mais poderosa da China, responsável por todas as forças policiais, sistemas judiciais e centros de detenção no país.

Em 2010, Zhao foi uma das autoridades do Partido Comunista processadas por praticantes do Falun Dafa em Taiwan pelo crime de genocídio e transgressões a convenções de direitos civis e humanos. Os praticantes do Falun Dafa fizeram a queixa enquanto Zhao visitava Taiwan.

As outras autoridades são Huang Huahua, Wang Zuoan e Yang Song. Todos são acusados de participar da perseguição ao Falun Dafa na China Continental.