Matéria traduzida e adaptada do inglês, publicada pela matriz americana do Epoch Times.
As sanções dos EUA entraram em vigor na quarta-feira contra 26 empresas estrangeiras ligadas a programas militares na China, Irã, Paquistão e Rússia.
Os alvos incluem 16 entidades do Paquistão, seis da China, três dos Emirados Árabes Unidos (EAU) e uma do Egito.
As empresas listadas pelo Departamento de Comércio estão sujeitas a requisitos específicos de licenciamento para exportação, reexportação e/ou transferência de itens no próprio país, sendo que é provável que os pedidos de licença sejam negados.
O Escritório de Indústria e Segurança anunciou as sanções na segunda-feira.
De acordo com o escritório, sete entidades paquistanesas foram sancionadas por contribuírem para o programa de mísseis balísticos do país, enquanto outras nove foram adicionadas à lista por atuarem como empresas de fachada e agentes da Advanced Engineering Research Organization, sancionada em 2014 por contrabandear tecnologia dos EUA em apoio aos programas de mísseis e drones do Paquistão.
Seis empresas chinesas foram sancionadas por adquirirem itens de origem norte-americana para apoiar a modernização militar de Pequim, tentar atrasar e evadir verificações de uso final e comprar itens de origem dos EUA para os programas de armas de destruição em massa (ADM) e drones do Irã.
Três empresas dos EAU e uma do Egito foram incluídas na lista por burlarem sanções e controles de exportação dos EUA impostos após a invasão da Ucrânia pela Rússia em 2022, informou o escritório.
As sanções enviam “uma mensagem aos atores mal-intencionados de que, se violarem nossos controles, pagarão um preço”, disse Alan F. Estevez, subsecretário de Comércio para Indústria e Segurança, em um comunicado divulgado na segunda-feira.
“Programas como o de ADM do Irã, o programa de veículos aéreos não tripulados e o programa de mísseis balísticos do Paquistão representam ameaças significativas à segurança nacional dos Estados Unidos e não serão apoiados por tecnologias dos EUA”, afirmou Thea D. Rozman Kendler, secretária adjunta de Comércio para Administração de Exportações.
Empresas chinesas sancionadas
Segundo o Escritório de Indústria e Segurança, a Beijing Moreget Creative Technology foi adicionada à Lista de Entidades por adquirir e tentar adquirir tecnologia de simulação de aviação de origem norte-americana para apoiar a modernização militar da China.
A Small Leopard Electronics, sediada em Hong Kong, foi sancionada por “repetidamente se envolver em condutas dilatórias e evasivas ao fornecer informações ao Departamento de Comércio dos EUA durante as verificações de uso final, inclusive após ser adicionada à Lista Não Verificada”, informou o escritório.
A Shenzhen Dragonfly Supply Chain foi sancionada por vender itens a um fornecedor suspeito de fornecer mercadorias para uma rede de compras iraniana.
As empresas Detail Technology, L-Tong Electronic Technology e Shenzhen Jiachuang Weiye Technology, todas com sede em Hong Kong, foram sancionadas por adquirir e/ou tentar adquirir itens de origem norte-americana para os programas de armas de destruição em massa (ADM) e drones do Irã, segundo o escritório.
As empresas chinesas não puderam ser contatadas imediatamente para comentar.
As sanções foram anunciadas após o Departamento do Tesouro sancionar duas empresas chinesas em 17 de outubro por estarem envolvidas no desenvolvimento e fabricação da série Garpiya de drones de ataque de longo alcance da Rússia.
Esta é a primeira vez que os Estados Unidos sancionam entidades chinesas responsáveis pelo desenvolvimento e fabricação de sistemas completos de armas em parceria com empresas russas.
Sanções levantadas
O Escritório de Indústria e Segurança também retirou, na segunda-feira, sanções relacionadas a direitos humanos da empresa chinesa Hefei Bitland Information Technology e da empresa de software canadense Sandvine.
A Hefei Bitland foi sancionada em 2020 por estar envolvida em abusos de direitos humanos sancionados pelo Estado na região de Xinjiang, China. O escritório removeu a empresa da lista após sua dissolução.
A Sandvine foi incluída na lista de entidades em fevereiro por fornecer tecnologia ao governo egípcio, que a utilizou para monitoramento em massa da web e censura.
O escritório informou que a empresa passou por uma grande reestruturação, incluindo a retirada ou início da retirada de suas operações de 56 países não democráticos.
A Sandvine disse à Reuters na segunda-feira que sua remoção da lista “reconhece nosso compromisso com a transparência, práticas empresariais éticas e a proteção dos direitos digitais”, acrescentando que “está em transição para um modelo onde sua tecnologia será vendida apenas para países democráticos”.