EUA sancionam 11 entidades chinesas por ligações com militares da China

Empresas e institutos de investigação são acusados ​​de apoiar a modernização das forças armadas chinesas.

Por Lily Zhou
06/01/2025 20:35 Atualizado: 06/01/2025 22:18
Matéria traduzida e adaptada do inglês, publicada pela matriz americana do Epoch Times.

Os Estados Unidos estão sancionando 11 entidades chinesas por seu apoio aos militares chineses, disse o Departamento de Comércio na sexta-feira.

A partir de 6 de janeiro, as empresas e laboratórios de pesquisa serão adicionados à lista de entidades do departamento para adquirir e tentar adquirir itens de origem norte-americana em apoio à modernização militar da China, disse o Gabinete de Indústria e Segurança (BIS, na sigla em inglês) em comunicado.

Uma entidade birmanesa e uma entidade paquistanesa também estão sendo acrescentada à lista.

As empresas constantes na Lista de Entidades do Departamento de Comércio estão sujeitas a requisitos de licenciamento específicos para a exportação, reexportação e transferência dentro do país de itens específicos, e os pedidos de licença poderão ser negados.

Das 11 entidades chinesas adicionadas à lista, a Chengdu RML Technology Co., Ltd. forneceu mísseis guiados de precisão e sistemas de comunicação via satélite para o exército chinês, informou o BIS.

A Chengdu Yaguang Electronics Co., Ltd. e sua empresa-mãe, Yaguang Technology Group Co., Ltd., são acusadas de fornecer componentes eletrônicos de uso dual, que podem ser usados para fabricação de bens comuns mas também de armamentos, ao exército chinês e a outras entidades chinesas que já constam na lista de restrições dos EUA.

Uma quarta empresa, Hefei Starwave Communication Technology Co., Ltd., forneceu produtos de radiofrequência e micro-ondas “explicitamente para aplicação em equipamentos militares” ao exército chinês e a outras partes chinesas sancionadas, de acordo com o BIS.

Sete entidades chinesas estão sendo adicionadas porque têm “vínculos demonstráveis com atividades preocupantes, incluindo o desenvolvimento de armas hipersônicas, design e modelagem de veículos em voo hipersônico, uso de software proprietário para modelagem de design de armas e danos, além de apoiar os esforços de fusão militar-civil da China”, afirmou o BIS.

As entidades são: Instituto de Óptica, Mecânica Fina e Física da Academia Chinesa de Ciências em Changchun; Laboratório Ji Hua; Nanjing Simite Optical Instruments Co., Ltd.; Laboratório Peng Cheng; Instituto de Óptica e Mecânica Fina de Xangai; Suzhou Ultranano Precision Optoelectronics Technology Co., Ltd.; e Wuhu Kewei Zhaofu Electronics Co., Ltd.

Em 2020, o Departamento de Estado dos EUA alertou sobre a estratégia de Fusão Militar-Civil do Partido Comunista Chinês, que elimina “as barreiras entre os setores de pesquisa civil e comercial da China e seus setores militar e de defesa industrial”.

A estratégia é implementada tanto através do reforço das capacidades de investigação doméstica da China como através da “aquisição e desvio de tecnologias de ponta do mundo – incluindo através de roubo – a fim de alcançar o domínio militar”, afirmou em seu relatório.

O Departamento de Estado listou as principais tecnologias visadas sob a estratégia de Fusão Militar-Civil, incluindo computação quântica, big data, semicondutores, 5G, tecnologia nuclear avançada, tecnologia aeroespacial e inteligência artificial. Acrescentou que o regime chinês “busca especificamente explorar a natureza inerentemente ‘dual-use’ de muitas dessas tecnologias, que possuem aplicações tanto militares quanto civis”.

Em 2021, documentos internos obtidos pelo Epoch Times de uma autoridade municipal chinesa de censura à internet revelaram esforços para censurar informações sobre a estratégia de fusão militar-civil online, em uma aparente tentativa de evitar fornecer detalhes que pudessem ser usados ​​para sanções específicas.

Enquanto isso, o BIS está adicionando a Telecom International Myanmar Company Limited, de Mianmar (antiga Burma), à lista de entidades por apoiar os abusos de direitos humanos do regime militar birmanês, ajudando o governo a rastrear e identificar indivíduos e grupos alvos.

A Emerging Future Solutions Private Limited, do Paquistão, está sendo sancionada por contribuir para o programa de mísseis balísticos do país, informou o BIS.

Em outubro de 2024, o BIS adicionou 16 entidades do Paquistão à lista por contribuírem para o programa de mísseis balísticos do país ou atuarem como empresas de fachada e agentes da Advanced Engineering Research Organization, que foi sancionada em 2014 por contrabandear tecnologia dos EUA em apoio aos programas de mísseis e drones do Paquistão.

Ao mesmo tempo, o departamento sancionou seis empresas chinesas por adquirir itens de origem norte-americana em apoio à modernização militar de Pequim, tentando atrasar e burlar inspeções de uso final e por adquirir itens de origem norte-americana para os programas de armas de destruição em massa e drones do Irã.