O Departamento de Estado dos Estados Unidos pediu neste sábado que a China atue com “moderação” em suas manobras militares em torno de Taiwan, que prosseguem agora pelo segundo dia consecutivo, e a evitar “provocações” que possam corroer suas relações com a ilha.
“Instamos fortemente a Pequim que atue com moderação. Usar uma transição normal, rotineira e democrática como desculpa para provocações militares corre o risco de uma escalada e corrói normas de longa data que mantiveram a paz durante décadas”, disse o porta-voz do Departamento de Estado americano, Matthew Miller, em um comunicado.
A declaração foi feita no mesmo dia em que Taipei detectou um total de 62 aviões de guerra e 27 navios chineses como parte do segundo dia de manobras militares da China em torno de Taiwan.
No total, o Ministério da Defesa Nacional (MDN) de Taiwan localizou 111 aviões de guerra – dos quais, 82 cruzaram a linha média do estreito e entraram no espaço aéreo taiwanês – e 53 navios da Marinha e da Guarda Costeira chinesas durante os dois dias de manobras, batizados como Joint Sword – 2024A (“espada unida” em inglês).
Segundo o comunicado de Miller, estas operações representam uma “profunda preocupação” para os Estados Unidos e põem em perigo “a estabilidade” do Estreito de Formosa, o que representa uma ameaça crítica “à segurança e prosperidade regional e global”, e uma questão de preocupação internacional.
“Estamos acompanhando de perto as atividades da RPC (República Popular da China) e coordenando com aliados e parceiros as nossas preocupações comuns”, afirmou o comunicado.
Os ataques aéreos das últimas horas são os mais numerosos registrados desde 11 de abril do ano passado, quando a China lançou uma série de manobras em torno de Taiwan após o encontro entre o ex-presidente taiwanês Tsai Ing-wen, e o ex-presidente da Câmara dos Representantes dos EUA Kevin McCarthy, na Califórnia.
Da mesma forma, um número não especificado de aviões passou desta vez a apenas 72,2 quilômetros da cidade de Keelung, no norte, e a 76 quilômetros de Cabo Eluanbi, no condado de Pingtung, no sul.
O Comando do Teatro Oriental de Operações do Exército de Libertação Popular (ELP) lançou esta operação na manhã de quinta-feira como “forte punição” pelos “atos separatistas relacionados com a independência” da ilha e como um sinal de advertência “contra a interferência e provocação” por parte de forças externas.