EUA enfrenta ameaças nucleares da China e da Rússia como nunca, diz Almirante

Os dois países vizinhos agora possuem uma parceria “sem limites”

02/03/2022 11:01 Atualizado: 02/03/2022 11:01

Por Frank Fang 

O Almirante Charles Richard, chefe do Comando Estratégico dos EUA, afirmou que se tornou imperativo que os Estados Unidos tenham a capacidade de se defender contra a Rússia e a China ao mesmo tempo.

“Hoje, enfrentamos dois pares próximos com capacidade nuclear, que têm a capacidade de escalar unilateralmente um conflito para qualquer nível de violência em qualquer domínio em todo o mundo, com qualquer instrumento de poder nacional, e isso é historicamente significativo”, afirmou Richard durante um Comitê da Câmara de Serviços Armados no dia 1º de março.

Ele ressaltou que, embora a necessidade de deter a China e a Rússia ao mesmo tempo fosse apenas uma grande preocupação em abril do ano passado, a preocupação “agora se tornou uma realidade”.

“Essa necessidade agora é um imperativo”, declarou ele.

Em abril de 2021, ele disse aos legisladores em outra audiência no Congresso (pdf) que os Estados Unidos, pela primeira vez na história, estavam “em uma trajetória para enfrentar dois adversários estratégicos e com capacidade nuclear ao mesmo tempo”.

Meses depois, ele afirmou que os Estados Unidos estavam “testemunhando uma fuga estratégica da China”, acrescentando que o “crescimento explosivo e a modernização de suas forças nucleares e convencionais” do regime chinês eram “de tirar o fôlego”.

“No outono passado, relatei formalmente ao secretário de Defesa a ruptura estratégica da RPC [República Popular da China]”, afirmou Richard. “Sua expansão e modernização só em 2021 é de tirar o fôlego”.

A China e a Rússia agora representam, mais do que nunca, uma ameaça para os Estados Unidos, já que os dois países vizinhos agora possuem uma parceria “sem limites”, de acordo com um comunicado divulgado após uma reunião entre o presidente russo Vladimir Putin e o líder chinês Xi Jinping, no dia 4 de fevereiro.

No ano passado, a China supostamente testou mísseis hipersônicos com capacidade nuclear no verão, promovendo o chefe do Estado-Maior Conjunto, Mark Milley, a dizer que os testes estavam muito próximos de um “momento Sputnik”. Além disso, houve relatos de que a China estava construindo centenas de novos silos nucleares.

Em novembro de 2021, o Pentágono alertou que a China poderia ter até 1.000 mísseis nucleares até 2030.

Até agora, a China não diminuiu sua busca por armas hipersônicas, de acordo com o general Glen VanHerck, chefe do Comando Norte dos EUA.

“Eles estão perseguindo agressivamente a capacidade hipersônica, dez vezes mais do que temos feito até o teste no último ano, ultrapassando-nos significativamente com suas capacidades”, afirmou VanHerck na audiência.

Quanto à atual postura defensiva dos EUA, Richard disse se sentir bastante confiante.

“Estou satisfeito com a postura das minhas forças. Não fiz nenhuma recomendação para alterações”, declarou Richard. “O comando e controle nuclear do país está em sua formação mais defendida e resiliente que já esteve em sua história”.

No entanto, Richard afirmou aos legisladores que é importante continuar monitorando o desenvolvimento da China.

“Não sabemos o ponto final de onde a China está indo em termos das capacidades que está desenvolvendo”, relatou Richard.

Ele explicou: “Embora eu esteja muito confiante de que vamos terminar com uma estratégia muito boa, acho que precisamos continuar nos questionando enquanto vemos para onde a China e outros vão. Assim descobriremos quais são as capacidades gerais que os Estados Unidos precisam para executar essa estratégia contra uma ameaça em mutação”.

“Teremos que fazer essa pergunta com muito mais frequência do que no passado”, concluiu.

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