O assessor de Segurança Nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, garantiu nesta quarta-feira (28), após uma reunião com o chefe da diplomacia chinesa em Pequim, que os Estados Unidos continuarão protegendo seu setor tecnológico para evitar que sua segurança nacional seja “minada” e criticou as “políticas comerciais injustas e contrárias à economia de mercado” da China.
A Casa Branca repassou em um comunicado, divulgado após a reunião entre Sullivan e o ministro das Relações Exteriores chinês, Wang Yi, em Pequim, uma longa lista de questões de interesse comum.
O governo dos EUA disse que ambos os lados estão “planejando realizar uma conversa telefônica em nível de líderes nas próximas semanas”, no que seria o primeiro contato entre o presidente americano, Joe Biden, e o ditador chinês, Xi Jinping, desde abril.
“Sullivan enfatizou que os Estados Unidos continuarão tomando as medidas necessárias para evitar que a tecnologia avançada dos EUA seja usada para minar nossa segurança nacional, sem limitar indevidamente o investimento ou o comércio”, assegurou a Casa Branca, que já tomou medidas para restringir o acesso chinês a chips avançados ou tecnologia para sua fabricação.
O assessor da Casa Branca manifestou a Wang sua preocupação com as práticas comerciais da China, a quem os Estados Unidos acusaram de entrar em mercados estratégicos como as energias renováveis, baterias ou carros elétricos com preços muito abaixo do mercado e com sobreprodução.
Segundo a Casa Branca, Sullivan e Wan discutiram ainda “próximos passos” para reduzir o fluxo de drogas sintéticas ilegais para os Estados Unidos, continuar a repatriação de imigrantes chineses indocumentados e a cooperação em matéria policial.
Ambas as partes comprometeram-se a continuar a manter canais de comunicação militar e a trabalhar para mitigar os riscos da inteligência artificial (IA) no mundo, bem como a combater a crise climática.
Sullivan reiterou também a importância de manter a “estabilidade” em Taiwan, enquanto a China, segundo um comunicado de sua chancelaria, pediu a Washington que deixasse de vender armas à ilha, que considera uma província do seu território.
Os Estados Unidos expressaram sua preocupação com o apoio chinês à Rússia em questões de defesa que “está impactando a segurança europeia e transatlântica”, bem como com as “ações desestabilizadoras” no Mar da China Meridional contra navios filipinos que operam “legalmente” nessas águas disputadas.
A Coreia do Norte, o Oriente Médio e a situação do conflito civil em Mianmar foram outros temas discutidos neste encontro bilateral entre as duas grandes potências mundiais.