Por Antonio Graceffo
Análise de notícias
O secretário de Estado, Antony Blinken, reconhece a China como a principal ameaça aos Estados Unidos. O diplomata delineou a política dos EUA para limitar o poder do Partido Comunista Chinês (PCC), enquanto fortalece suas relações com os aliados dos EUA.
“A China é o único país com poder econômico, diplomático, militar e tecnológico para desafiar seriamente o sistema internacional estável e aberto”, declarou Blinken em seu primeiro grande discurso de política externa, em março.
Consequentemente, ele afirmou que o governo deve proteger os empregos americanos, melhorar as relações com os aliados, manter a vantagem militar da América, opor-se a práticas comerciais injustas e limitar o poder do PCC.
As tensões da América com a China são baseadas nos direitos humanos em Xinjiang, o direito de Taiwan de existir como uma nação independente, a autonomia de Hong Kong, as origens da pandemia do coronavírus, as práticas comerciais desleais da China, a expansão global do exército chinês, o direito de todas as nações a acesso às rotas de transporte marítimo e a agressão da China no Indo-Pacífico.
Os aliados da América estão sofrendo nas mãos do PCC. As operações de pesca ilegal da China estão prejudicando as nações do Sudeste Asiático. Por meio da Iniciativa ‘Um Cinturão, Uma Rota’ (BRI), a China emprestou dinheiro em termos não transparentes, alimentando a corrupção e aumentando o peso da dívida de algumas das nações mais pobres. As empresas chinesas que estão construindo megaprojetos em países estrangeiros, usando mão de obra chinesa, reduziram o número de empregos criados para os locais. Frequentemente, os padrões de qualidade em projetos da BRI não são atendidos, resultando em infraestrutura mal construída, que o país anfitrião deve pagar. Além disso, o regime chinês sujeita as nações em desenvolvimento à extração de recursos e à degradação ambiental.
Diante da crescente influência do PCC, Blinken prometeu que os Estados Unidos formariam laços mais fortes com Japão, Coreia do Sul, Austrália, Tailândia e Filipinas, bem como com a ASEAN. Ele também pediu uma cooperação maior em questões marítimas, segurança, gestão de recursos e conservação da pescas.
Falando na Universidade da Indonésia, em Jacarta, no dia 14 de dezembro, Blinken afirmou que Washington está preparado para trabalhar com seus aliados para “defender a ordem baseada em regras” e garantir que os países tenham o direito de “escolher seu próprio caminho”.
De acordo com Blinken, os Estados Unidos estão mais alinhados com seus aliados agora e em uma posição mais forte para se opor à China do que no passado. Ele reafirmou que os Estados Unidos apoiam a Lituânia, um pequeno país que recentemente virou notícia internacional ao enfrentar o assédio de Pequim devido às suas relações com Taiwan. Além disso, ele declarou que os Estados Unidos estão preparados para cooperar com nações que pensam da mesma forma para enfrentar o PCC.
Blinken afirmou a importância do Sudeste Asiático na política Indo-Pacífico dos Estados Unidos e advertiu o PCC a desistir de “ações agressivas” na região. Ele acusou o PCC de restringir o acesso ao mar, subsidiar empresas estatais e proibir o comércio com países que se opõem à agressão de Pequim. Por exemplo, a China ameaçou os Estados Unidos e a União Europeia por se manifestarem contra o genocídio em Xinjiang e por apoiarem o movimento pró-democracia em Hong Kong. Além disso, o PCC regularmente ameaça os países que fazem acordos com Taiwan. Em uma conferência virtual entre o líder chinês Xi Jinping e o presidente Joe Biden no mês passado, Xi declarou que apoiar Taiwan era “como brincar com fogo” e que Pequim tomaria “ações decisivas” se Taiwan se mover em direção à independência.
O PCC ameaça a liberdade de navegação no Mar da China Meridional, que recebe o trânsito de US $3 trilhões em carga a cada ano. Além disso, Pequim reivindica todos os recursos das águas disputadas, embora cinco outras nações, incluindo Taiwan, tenham reivindicações conflitantes. Os militares chineses do Exército de Libertação Popular (ELP) também posicionaram armas na área disputada, incluindo mísseis anti-navio e superfície-ar, apesar do fato de que em 2016 um tribunal internacional decidiu que a China não tinha base histórica para reivindicar todo o Mar do Sul da China.
O ELP aumentou a frequência de seus exercícios no Indo-Pacífico, implantando vários caças J-16, bombardeiros H-6 de longo alcance e aeronaves anti-submarino e de vigilância, que violam as águas e o espaço aéreo em torno de Taiwan.
O Japão se sente particularmente ameaçado pela militância chinesa dirigida contra Taiwan, já que o Japão percebe Taiwan como um componente importante de sua própria segurança nacional. O governo japonês também vê o crescimento econômico da China, combinado com sua crescente agressão, como uma ameaça à prosperidade e à segurança japonesa.
Blinken reiterou no mês passado que os Estados Unidos e seus aliados “tomariam medidas” se a China atacasse Taiwan. Ele também garantiu ao seu homólogo japonês que os Estados Unidos estão empenhados em defender Taiwan e o Japão. Blinken foi especialmente cuidadoso ao mencionar que o Artigo 5 do Tratado de Segurança Japão-EUA para as Ilhas Senkaku estava em vigor.
O Artigo 5 declara: “Cada Parte reconhece que um ataque armado contra qualquer uma das Partes nos territórios sob administração do Japão seria perigoso para sua própria paz e segurança e declara que agiria para enfrentar o perigo comum”. Basicamente, Blinken estava confirmando que os Estados Unidos reconhecem as disputadas Ilhas Senkaku como território japonês, não chinês.
O PCC continuamente atormenta, explora e intimida outras nações. “Os países da região querem que esse comportamento mude, nós também“, afirmou Blinken. Ele prosseguiu declarando que os Estados Unidos fortaleceriam suas alianças atuais, ao mesmo tempo que formariam novas, cooperando militar e economicamente com as nações asiáticas para manter a paz e a prosperidade regional.
De acordo com Blinken, a nova estratégia da América resultará em uma posição de poder, compartilhando diplomacia, poder militar e inteligência com os parceiros asiáticos da América.
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As opiniões expressas neste artigo são as opiniões do autor e não refletem necessariamente as opiniões do Epoch Times