A Coreia do Norte pode estar a poucos meses de atacar os Estados Unidos com um míssil balístico nuclear, e seu programa de armas nucleares deve ser interrompido, disse um alto funcionário diplomático norte-americano na terça-feira (6).
O embaixador norte-americano para o desarmamento, Robert Wood, ao falar na Conferência de Desarmamento patrocinada pelos Estados Unidos em Genebra, também advertiu que os arsenais da China e da Rússia estão se expandindo.
“Rússia, China e Coreia do Norte estão aumentando suas reservas, aumentando a importância das armas nucleares em suas estratégias de segurança e, em alguns casos, buscando o desenvolvimento de novas capacidades nucleares para ameaçar outras nações pacíficas”, disse Wood.
Neste contexto, em 27 de janeiro de 2017, o presidente Trump ordenou ao Departamento de Defesa uma nova Revisão da Postura Nuclear (NPR, na sigla em inglês) para garantir o uso nuclear de forma segura e efetiva, que proteja a nação, seus aliados e acima de tudo, para dissuadir os adversários.
A revisão contempla uma modernização das forças nucleares para preservar o poder nuclear dissuasivo credível.
“A Coreia do Norte acelerou sua busca provocativa por armas nucleares e capacidade de mísseis e fez ameaças explícitas de usar armas nucleares contra os Estados Unidos e seus aliados na região”, disse o embaixador Wood no fórum de Genebra.
A “Revisão da Postura Nuclear” (NPR) dos Estados Unidos, delineada na semana passada, “reafirma que o programa nuclear ilícito da Coreia do Norte deve ser eliminado de forma completa, verificável e irreversível, o que resultará em uma Península Coreana livre de armas nucleares”, afirmou.
No caso da China, ela “também está modernizando e expandindo suas já consideráveis forças nucleares. Assim como a Rússia, a China busca capacidades nucleares completamente novas, adaptadas para atingir determinados objetivos de segurança nacional ao mesmo tempo em que moderniza seu arsenal militar, desafiando a superioridade militar tradicional dos Estados Unidos no Pacífico Ocidental”.
Rússia e China deixaram bem claro que procuram reformular substancialmente a ordem internacional pós Guerra Fria.
A Rússia demonstrou sua disposição de alterar o mapa da Europa e impor sua vontade aos vizinhos, apoiada por ameaças nucleares explícitas. A Rússia está violando o direito internacional e os compromissos políticos que afetam diretamente a segurança dos outros países.
“A ocupação da Crimeia e o apoio direto às forças lideradas pela Rússia no leste da Ucrânia violam o compromisso que assumiram no Memorando de Budapeste de 1994, de respeitar a soberania da Ucrânia”.
A China rejeitou a decisão do Tribunal Permanente de Arbitragem, que declarou que suas reivindicações marítimas no Mar da China Meridional não têm mérito e que algumas das atividades que realizam nessa área são ilegais de acordo com a Convenção da ONU sobre o Direito do Mar e o direito internacional consuetudinário.
Durante décadas, os Estados Unidos lideraram o mundo em seus esforços para reduzir o papel e o número de armas nucleares.
Desde o Tratado de Redução de Armas Estratégicas de 1991 (Start), os Estados Unidos reduziram suas reservas de armas nucleares em mais de 85% desde seu ponto mais alto na Guerra Fria.
No entanto, enquanto os Estados Unidos continuaram reduzindo o número e a relevância de suas armas nucleares, outros países, incluindo Rússia e China, moveram-se na direção oposta.
Com a nova política nuclear norte-americana, serão substituídos submarinos de mísseis balísticos nucleares, bombardeiros estratégicos, mísseis nucleares lançados pelo ar, mísseis intercontinentais e todo o sistema de comando e controle nuclear associado.
Os caças bombardeiros serão modernizados com aviões de combate F-35 de última geração que apoiarão a postura de dissuasão da Otan e a capacidade de enviar e detonar armas nucleares caso a situação da segurança o exija.
“Nós não vamos enterrar a cabeça na areia, vamos responder a esses desafios crescentes”, disse ele a repórteres logo depois, de acordo com a rádio norte-americana WTVB.
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