A agência de notícias estatal chinesa Global Times publicou uma matéria em 29 de maio referente a rumores de que a China enviaria submarinos com armas nucleares para patrulhar o Oceano Pacífico. Embora o texto chame a atenção para o fato de que o Partido Comunista Chinês (PCC) não fez qualquer anúncio oficial sobre as patrulhas, o Global Times afirma que já é hora do Exército da Libertação Popular (ELP) da China enviar “submarinos nucleares para as águas profundas do Oceano Pacífico para realizar patrulhas regulares.”
O artigo argumenta que o PCC segue a política nuclear de “no fist use” (NFU), ou seja, que armas nucleares não seriam utilizadas para guerra exceto no caso de contra-ataque nuclear ou como resposta se a nação for atacada primeiramente com armas nucleares, e, segundo essa lógica, as ambições nucleares chinesas seriam benignas. O problema é que a política de NFU da China não se distingue muito de uma propaganda repetitiva e vazia.
“Com relação à política de NFU, um olhar cuidadoso sobre a formulação da China sobre essa política revela que essa medida não garante qualquer compromisso da parte deles”, disse Mark Schneider, um analista sênior do National Institute for Public Policy, durante uma audiência no Congresso dos EUA em março de 2012.
Embora a política do PCC sugira que o regime chinês não usaria armas nucleares a menos que outro país as use primeiramente, sua política real é que o regime também poderia usar armas nucleares para rechaçar ataques militares regulares.
Schneider chamou a atenção para uma matéria da agência de notícias Kyodo, que obteve documentos militares chineses classificados afirmando que a China “ajustará sua política de ameaça nuclear se um país possuidor de armas nucleares realizar ataques aéreos contra alvos estratégicos nacionais com armas convencionais superiores…”
Ele observa que no ano de 2000, o PCC “adotou uma doutrina nuclear que permitiria ‘uma estratégia de ataque preventivo’”, ou seja, usar “suas armas táticas nucleares em guerras regionais, se necessário”.
O uso de ataques preventivos ainda é um elemento-chave nos escritos militares chineses, e como Michael Pillsbury observa em seu livro “The Hundred-Year Marathon”, este conceito está no centro da estratégia militar chinesa chamada “maça assassina”, que o PCC concebeu para derrotar oponentes tecnologicamente superiores, como os Estados Unidos. A estratégia chinesa inclui o uso de “ataques atmosféricos com pulso eletromagnético” (HEMP), que utilizaria o campo eletromagnético gerado por armas nucleares para destruir os sistemas de comunicação e de controle do país-alvo.