Por Annie Wu, Epoch Times
Economistas chineses analisaram dados comerciais da China e a previsão não parece otimista.
Na semana passada, o regime chinês anunciou que registrou um déficit em conta corrente de US$ 28,2 bilhões nos primeiros três meses de 2018, o primeiro déficit trimestral registrado desde 2001.
Mas o regime chinês ainda estava confiante, pois continuava a incorrer em um superávit comercial com os Estados Unidos. De janeiro a abril, o superávit comercial da China com os Estados Unidos foi de US$ 80,4 bilhões, segundo dados oficiais da alfândega.
Não tão rosado
No entanto, os economistas chineses Deng Haiqing e Chen Xi escreveram num artigo de 8 de maio na Caixin, uma revista de negócios chinesa, que os números na verdade não são tão promissores quanto parecem, devido à desvalorização do dólar americano. Comparando abril de 2018 a abril de 2017, o dólar americano desvalorizou-se em relação ao yuan em cerca de 9%.
Em vez disso, eles compararam o volume total de importações e exportações em yuan chinês para o mesmo período, de janeiro a abril, neste ano e no ano passado. Eles descobriram que o número foi significativamente menor este ano, “indicando que a situação do comércio exterior não é otimista”, escreveram eles.
Deng e Chen analisaram ainda as tendências atuais da economia chinesa e previram que haveria um impacto negativo sobre o crescimento: o consumo doméstico está em declínio, enquanto os investimentos estrangeiros no setor manufatureiro da China têm sido lentos ou estagnados. Finalmente, as recentes tensões comerciais com os Estados Unidos levaram à incerteza no comércio exterior.
Enquanto os preços da terra e outros custos operacionais continuam a aumentar, particularmente nos centros principais de produção como Shenzhen, muitas multinacionais começaram a fechar as suas fábricas chinesas. Esta semana, a fabricante japonesa de tecnologia Olympus anunciou que desativará sua fábrica de câmeras digitais em Shenzhen e realocará a produção para o Vietnã.
Na semana passada, o conglomerado sul-coreano Samsung também fechou sua fábrica em Shenzhen, alegando preocupações com a queda dos lucros como resultado das tarifas anunciadas pelos Estados Unidos sobre produtos de tecnologia fabricados na China.
Tendências de comércio atuais apontam para problemas
Enquanto isso, um blogueiro amplamente seguido que escreve sobre a economia chinesa sob o pseudônimo de “Manzu Yongshi” também apresentou uma visão pessimista, com base nos dados oficiais do comércio: em 2017, a taxa de crescimento das exportações totais da China foi de 7,9%, e a taxa de crescimento das importações totais da China chegou a 16%, o que significa que as importações estão aumentando duas vezes mais rápido do que a taxa de exportação. “Como resultado dessa mudança, o superávit comercial total da China em 2017 continuou a diminuir, reduzido em 17,1% [comparado a 2016]”, escreveu o blogueiro.
Enquanto isso, o déficit da China no comércio de serviços, principalmente devido ao alto volume de importações de tecnologia e do turismo no estrangeiro, continua a crescer. Em 2017, esse déficit atingiu novos patamares: 1,62 trilhão de yuanes (cerca de US$ 255 bilhões), segundo dados oficiais.
Nos primeiros três meses de 2018, o déficit da balança de serviços foi de US$ 76,2 bilhões.
Segundo essas tendências, se o superávit comercial de mercadorias continuar caindo enquanto o déficit da balança comercial aumenta, é muito provável que a China apresente déficit comercial total em 2018, concluiu Manzu Yongshi.
EUA é o maior cliente da China
Os dados comerciais mais recentes também revelam o quanto a China depende dos negócios comerciais com os Estados Unidos, e por que a China sairá perdendo se as relações comerciais continuarem a azedar.
De janeiro a abril deste ano, o superávit comercial da China com os Estados Unidos foi de US$ 80,4 bilhões, enquanto o superávit comercial total da China foi de US$ 76,7 bilhões, o que significa que quase todo o superávit comercial da China vem da exportação de produtos para os Estados Unidos.