Empresa chinesa pede que funcionários boicotem produtos norte-americanos enquanto se intensifica propaganda da guerra comercial

A mídia estatal da China pressionou a propaganda nacionalista para que retrate os Estados Unidos como um adversário, culpando-o pela falta de progresso nas negociações comerciais

26/05/2019 15:00 Atualizado: 26/05/2019 15:00

Por Olivia Li, Epoch Times

Uma empresa chinesa ordenou recentemente a todos os seus funcionários para boicotar produtos dos Estados Unidos e deixar de viajar ao país, caso contrário seriam demitidos.

O anúncio provocou imediatamente um protesto público, quando um internauta compartilhou a notícia na Internet.

A mídia estatal chinesa passou a aumentar a propaganda anti-EUA, ao mesmo tempo em que a disputa comercial entre os americanos e a China se intensificou recentemente com o aumento das tarifas aplicando a lei olho-por-olho. O memorando da empresa chinesa veio à tona pouco depois, em um editorial em 13 de maio, o jornal estatal de linha dura Global Times pediu ao público chinês para que “trave uma guerra do povo” contra os Estados Unidos.

Em um comunicado interno emitido em 16 de maio pela Estação de Inspeção de Veículos Motorizados de Jinggang, localizada no condado de Donghai, província de Jiangsu, a empresa fez eco à propaganda, explicando que os desenvolvimentos da China nos campos militar, científico e tecnológico têm assustado e preocupado os Estados Unidos.

Como resultado, os Estados Unidos iniciaram uma guerra comercial com a China. “Para ajudar nosso país a vencer esta guerra, as autoridades da empresa decidiram que todos os funcionários devem parar imediatamente de comprar e usar produtos americanos”, disse o anúncio. O refrão de que os Estados Unidos estão impedindo a ascensão da China no cenário mundial tem sido repetido em muitos meios de comunicação estatais chineses ultimamente.

O comunicado incluía uma lista de requisitos mais detalhada:

“Os funcionários estão proibidos de comprar ou usar iPhones; em vez disso, deverão usar telefones celulares de marcas nacionais chinesas, como a Huawei. ”

“Os funcionários estão proibidos de comprar veículos fabricados por joint ventures entre a China e os Estados Unidos. Eles deverão comprar veículos 100% chineses”.

“Os funcionários estão proibidos de comer no McDonald’s ou no Kentucky Fried Chicken. Eles não estão autorizados a comprar produtos da P & G [Proctor and Gamble, fabricante norte-americano de produtos domésticos], da Amway [fabricante norte-americano de produtos de saúde e beleza] ou qualquer outra marca americana. Os funcionários não podem ir para os Estados Unidos como turistas”.

O comunicado dizia que os regulamentos entrariam em vigor no dia de sua publicação e que o sindicato da empresa controlaria o cumprimento. Aqueles que violarem o aviso serão demitidos da empresa, sem exceção.

O comunicado chamou muita atenção na Internet.

“Computadores também deveriam ser proibidos, porque são uma invenção dos Estados Unidos”, disse ironicamente um internauta.

Muitos internautas acharam ridículo banir os produtos americanos, já que muitos dos produtos mais usados pelos chineses ​​são feitos nos Estados Unidos.

“Parem de usar o sistema operacional Windows.”

“Estou feliz em ver este aviso, e espero que os aviões também sejam banidos”. Muitas companhias aéreas chinesas compram aeronaves Boeing.

Recentemente, a mídia estatal da China pressionou a propaganda nacionalista para que retrate os Estados Unidos como um adversário, culpando-o pela falta de progresso nas negociações comerciais.

Um canal estatal transmitiu recentemente três filmes antiamericanos por três dias seguidos. Os filmes foram originalmente produzidos como propaganda antiamericana, em resposta à Guerra da Coreia.