Por EFE
Nova Iorque (EUA), 29 jun – A companhia Gilead anunciou nesta segunda-feira que o medicamento Remdesivir, o primeiro que mostrou efetividade para tratar a Covid-19, a doença provocada pelo novo coronavírus, custará US$ 390 (R$ 2,13 mil) o frasco.
Como o tratamento médio é de cinco dias, o valor desembolsado pelo paciente seria de US$ 2,34 mil (R$ 12,8 mil). Em caso de uso prolongado do medicamento, no entanto, poderia chegar a US$ 4,29 mil (R$ 23,4 mil).
No caso de países em desenvolvimento, a Gilead informou ter feito acordos com produtores de medicamentos genéricos, para oferecer o produto a um preço menor e facilitar o acesso da população.
Nos Estados Unidos, desde a aprovação, em maio, do uso do Remdesivir para doentes com Covid-19, os hospitais estão utilizando doses doadas pela companhia, que cobrará a partir de julho.
No país, a Gilead fixou o preço de US$ 390 por frasco para os programas de saúde pública, como o Medicare. Para os planos privados, que são mais habituais, o valor é de US$ 520 (R$ 2,84 mil), o que representa gasto de US$ 3,12 mil (R$ 17 mil), para o tratamento mais convencional, com seis doses.
Em carta aberta, os representantes das empresas explicaram que não queriam negociar o preço do Remdesivir país por país, inclusive, por saber que algumas nações em desenvolvimento têm menor capacidade aquisitiva.
Segundo a Gilead, estudos mostram que, em média, os pacientes tratados com o medicamento ficam quatro dias a menos hospitalizados, o que representaria um alívio para os sistemas de saúde.
O Remdesivir começou a ser desenvolvido em 2009, foi testado para ebola, sem se mostrar eficiente, mas apresentou bons resultados para o novo coronavírus, de acordo com uma pesquisa realizada nos Estados Unidos.
O antiviral reduz a produção de novas partículas de vírus, com isso, a infecção se desenvolve mais lentamente.
A Agência Europeia de Medicamentos autorizou o uso do medicamento para o tratamento da Covid-19 em adultos e adolescentes com mais de 12 anos.